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2 em 3 pacientes detectam câncer sem mamografia

Quase 90% delas afirmaram que um caroço foi o sinal que as levaram a buscar atendimento médico. A dor na mama foi relatada por 20,9% das mulheres

Por Paula Felix
Atualização:
Mamografia. A utilização do exame em apenas 30% dos casos preocupa os especialistas Foto: REUTERS/Rupak De Chowdhuri

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou nesta quinta-feira, 6, um levantamento que aponta que 66,2% das pacientes com câncer de mama foram as responsáveis pela detecção de sinais da doença, por meio do autoexame ou pela observação de alterações nas mamas. O levantamento foi feito entre junho de 2013 e outubro de 2014 com 405 mulheres que procuraram atendimento pela primeira vez na cidade do Rio. 

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Os pesquisadores perguntaram como a doença foi detectada. “Isso acontece no mundo inteiro. Há relatos de que a própria mulher percebe olhando no espelho ou no banho”, diz Liz Maria de Almeida, gerente da divisão de pesquisa populacional do Inca.

Quase 90% das mulheres (89,6%) afirmaram que um caroço foi o sinal que as levaram a buscar atendimento médico. A dor na mama foi relatada por 20,9% das mulheres, enquanto alterações na pele da mama foram notadas por 7,1%. Alterações nos mamilos, saída de secreção e alterações no formato da mama foram relatadas por 2,6%, 5,6% e 3,7% das entrevistadas, respectivamente.

Preocupação. A detecção por mamografia ocorreu em 30,1% dos casos, o que preocupou especialistas. “A gente sabe, com base em pesquisas, que a única estratégia que reduz a mortalidade é a mamografia. O diagnóstico tem de ser feito quando o tumor não é palpável, não após o autoexame, quando o nódulo já pode estar com até 2 centímetros”, diz Rafael Kaliks, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico da ONG Oncoguia.

Liz afirma que o resultado mostra a importância do autoexame e da observação do próprio corpo, mas não exclui os exames. “A mulher tem um exame que está disponível todos os dias, que são os olhos e as mãos. Ela pode salvar a própria vida, mas uma coisa não descarta a outra. Ela é a principal personagem dessa história, mas não pode deixar de fazer a mamografia.” 

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