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Apesar de teste negativo para Ebola, número de monitorados sobe para 163

Autoridades sanitárias de Cascavel (PR) ainda tentam encontrar cinco pessoas que tiveram contato mais próximo com o paciente

Por Cascavel
Atualização:

Atualizado às 19h20.

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CASCAVEL - Apesar do primeiro teste feito no africano Souleymane Bah, de 47 anos, ter dado negativo para o vírus Ebola, o número de pessoas que estão sendo monitoradas pela Prefeitura de Cascavel por possível contato direto ou indireto com o paciente subiu de 68 para 163, informou ao Estado ontem o secretário municipal da Saúde do município, Reginaldo Andrade.

“Entre todos que ficaram isolados na Unidade de Pronto-Atendimento onde ele foi atendido, eram 30 funcionários, 24 pacientes e 14 acompanhantes. Só que fomos rastreando todas as pessoas que podem ter tido contato com pessoas que passaram pela UPA antes de a unidade ser fechada. Entraram na lista familiares, amigos, pessoas que tiveram contato com quem esteve no local, por isso o número cresceu”, explica o secretário.

Pela manhã, o número de monitorados havia subido para 167 porque incluía quatro haitianos que, segundo relato do paciente, dividiam uma casa com ele no bairro Neva, em Cascavel. Apesar de os haitianos negarem a informação, eles haviam sido incluídos no grupo de acompanhamento pelo fato de um deles ter apresentado febre durante a semana. À tarde, porém, após nova reunião das autoridades sanitária, os haitianos foram retirados do grupo. “Eles foram reavaliados e reafirmaram não conhecer Bah. Além disso, o haitiano que tinha apresentado febre não voltou a ter o sintoma, por isso eles foram retirados do grupo”, explica o secretário.

Todos os monitorados foram orientados a continuar medindo a temperatura pelo menos duas vezes por dia, por um período de 21 dias. A orientação foi passada também para funcionários e frequentadores do Albergue André Luiz, onde Bah estava hospedado desde o dia 21 de setembro até a última quarta-feira, um dia antes de procurar atendimento médico. “Por ser um local de passagem, onde nem todos retornam no dia seguinte, não tivemos como fazer um levantamento de quantas pessoas podem ter tido contato com ele no albergue, mas foi dada a orientação geral para que eles acompanhem a temperatura diariamente.” O albergue conta com nove funcionários e capacidade de atendimento de até 50 pessoas. Nos dias em que Bah esteve no local, havia cerca de 20 pessoas sendo atendidas.

Busca. O maior desafio das autoridades sanitárias que monitoram o caso em Cascavel agora é encontrar cinco pessoas que tiveram contato mais próximo com o paciente: três homens que vieram da Guiné junto com Bah e frequentaram alguns locais em grupo em Cascavel e duas pessoas que teriam transportado o africano até a UPA Brasília na quinta-feira.

Os três compatriotas já foram identificados pela Secretaria Municipal da Saúde porque fizeram cadastro no mesmo dia que Bah em um centro de acolhida para população de rua na cidade. Os quatro colegas procuraram o lugar no dia 24 de setembro, tomaram banho, almoçaram e receberam orientações sobre a emissão de documentos. Os frequentadores e funcionários do local, conhecido como Centro Pop, não entraram no grupo de monitoramento porque Bah esteve lá no dia 24 de setembro, muito antes de apresentar qualquer sintoma.

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Bah e um dos colegas não voltaram mais ao local e foram para o Albergue André Luiz, que oferece pernoite. Os outros dois passaram pelo centro de acolhida mais vezes, mas não estavam frequentando mais o local na última semana. “Já temos os nomes e já sabemos que eles estiveram no albergue na noite passada. Vamos tentar conversar com eles agora”, diz o secretário. Uma equipe formada por técnicos das secretarias estadual e municipal e do ministério iria ao local na noite de ontem para tentar encontrá-los. Já as duas pessoas que teriam levado Bah até a UPA ainda não foram identificadas.

*Inicialmente a secretaria municipal de saúde de Cascavel havia informado que o número de pessoas contaminadas era de 167; a pasta corrigiu a informação para 163 no fim da tarde deste sábado.A reportagem foi atualizada. 

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