Argentina muda estratégia para enfrentar gripe suína

Governo decidiu concentrar esforços nos grupos de riscos e na liberação de R$ 46,5 milhões para medicamentos

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Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

Com 871 casos e quatro mortes confirmadas de gripe A (H1N1) até o momento, o governo da Argentina decidiu mudar a estratégia para lidar com a epidemia. A partir de agora, as autoridades sanitárias vão concentrar esforços nos grupos de riscos e na liberação de recursos da ordem de R$ 46,5 milhões para comprar medicamentos. Segundo o Diário Oficial argentino, o Ministério de Saúde vai comprar "um estoque de dois milhões de tratamentos de Oseltamivir, dos quais 240 mil para uso pediátrico".

 

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A decisão foi baseada nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo justificou o texto oficial. O secretário de Saúde de Buenos Aires, Jorge Lemus, afirmou nesta quarta-feira, 17, que as autoridades abandonaram a etapa de contenção, que pretendia ter a menor quantidade possível de casos da doença antes do início do inverno, e passaram à etapa de transição. "Pela elevada circulação do vírus H1N1, entramos nesta etapa de transição, na qual só iremos fazer os exames de laboratório e o tratamento nos pacientes de risco", disse ele. O secretário também informou que "já não se justifica o fechamento sistemático de escolas". Até terça-feira, 16, 48 escolas argentinas tinham sido fechadas por causa da gripe.

 

Segundo o secretário, "como os sintomas da gripe suína são iguais aos de outros tipos de gripe da estação, não poderíamos fazer exames de laboratório em todos os pacientes que tenham sintomas de gripe, mas somente naqueles que pertencem aos grupos de risco". Os mais vulneráveis à gripe A, segundo o secretário, são as crianças, adultos maiores de 65 anos, médicos e profissionais dos centros de saúde, pessoas com problemas pulmonares ou falhas orgânicas produzidas por outras doenças.

 

Lemus recomendou aos argentinos que o mais importante é o "auto-isolamento", diante um quadro gripal. A população argentina está em estado de alerta com o aumento diário no número de contaminados nas duas últimas semanas. De acordo com as orientações do Ministério de Saúde, somente o médico poderá indicar se o paciente é vulnerável e, em caso positivo, será ministrada a droga para combater a doença.

 

"O Oseltamivir não é um antibiótico, só atenua o desenvolvimento do vírus, impedindo o seu prolongamento", explicou. O vice-ministro de Saúde, Carlos Soratti, disse que as quatro mortes provocadas pela gripe A na Argentina estão "dentro das estatísticas estimadas de qualquer vírus da gripe". Segundo ele, "são casos nos quais alguma doença prévia gerou condições para complicações". Soratti disse ainda que "em todos os invernos na Argentina ocorrem doenças respiratórias agudas graves que geram muitas internações e, em alguns casos, a morte."

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