Arqueólogos encontram criança cremada em sítio arqueológico no Alasca

Local de cremação revela detalhes sobre a vida dos primeiros norte-americanos

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Cientistas descobriram um esqueleto cremado de uma criança Paleoamericana nos restos de uma casa de 11.500 anos no centro do Alasca. A descoberta revela uma parte da vida doméstica até hoje desconhecida das pessoas que primeiro povoaram a região, as primeiras a colonizar as Américas. O achado foi apresentado na edição desta quinta-feira, 24, da revista Science.

 

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A criança provavalmente morreu - não se sabe como - antes de ser cremada em um grande poço no centro da casa. Esse poço tinha muitas funções, incluindo cozinhar e eliminar resíduos. Após a cremação, o buraco foi fechado e a casa foi abandonada, disseram os pesquisadores.

 

O nome do sítio arqueológico onde a descoberta foi realizada, "Rio acima do Sol", é uma tradução literal do nome de um local próximo, Xaasaa Na'. Apenas 20% do esqueleto original foi preservado e não é possível identificar o sexo da criança, embora os restos incluam dentes - o que permitiu aos pesquisadores concluir que ela tinha cerca de três anos de idade. Não havia sinais de nenhuma doença ou ferimento, pois a maior parte das doenças não deixam traços nos ossos.

 

Em contraste com os campos de caça temporários e outros campos de trabalho especializados que já forneceram muitas evidências da habitação da América do Norte em seu início, a casa recém-descoberta parece ter sido uma habitação sasonal, usada durante o verão. Seus habitantes, que incluíam mulheres e crianças, pescavam e caçavam por perto, de acordo com a equipe de pesquisadores da Universidade de Alaska Fairbanks liderada por Ben Potter.

 

"Antes dessa descoberta nós sabíamos que as pessoas caçavam animais de grande porte, como bisões, usando armas sofisticadas, mas a maior parte dos sítios encontrados até então eram sítios de caça. Mas neste nós sabemos que havia crianças e mulheres. Então esse é um pedaço inteiro de um sisttema de assentamento que nós ainda não tínhamos conhecimento", disse Potter.

 

Como parte da Ponte Terrestre de Berin, o Alasca era uma passagem importante entre o velho e o novo mundo. Esse estudo traz novas informações sobre os habitantes dessa região e sua cultura, informaram os cientistas.

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