Imagem criada para representar um buraco negro no centro de uma galáxia. Foto: BBC/Reprodução
Usando o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu Sul, no Chile, uma equipe internacional de cientistas estudou as imagens da mais intensa fonte ultraluminosa de raios-X, o HLX-1.
Eles dizem que os dados sobre a distância e o brilho da fonte mostram que ela pode conter um buraco negro de massa de tamanho intermediário, localizado a cerca de 300 milhões de anos-luz da Terra.
Os resultados do estudo foram publicados na revista Astrophysical Journal.
Um buraco negro é uma região do espaço que tem um campo gravitacional do qual nem mesmo a luz é capaz de escapar.
Se confirmado, HLX-1 seria classificado como um tipo intermediário buraco negro - algo que os astrofísicos suspeitavam que pudesse exitir, mas que houve apenas tentativa detecções no passado.
Questão de radiação
O autor Klaas Wiersema, do departamento de Física e Astronomia da Universidade de Leicester, disse que após a descoberta dessa fonte brilhante de raios-X, os astrônomos "estavam muito ansiosos para descobrir o quão distante ele realmente se encontra, de modo que possamos descobrir o quanto de radiação produz o buraco negro".
"Podemos ver nas imagens que uma fonte fraca ótica estava presente no local da fonte de raios-X, localizada perto do núcleo de uma galáxia grande e brilhante", disse ele.
"Nós suspeitamos que esta fonte fraca ótica estava diretamente associada com a fonte de raios-X, mas para ter certeza, tivemos que estudar a luz desta fonte em detalhe, usando o Very Large Telescope no Chile."
Ele disse que o VLT foi capaz de medir a distância precisa até o HLX-1 e os dados do telescópio permitiram aos cientistas separar a luz da galáxia, grande e brilhante, da que vinha da fonte óptica fraca.
"Para nossa alegria, vimos, nas medidas resultantes, que eram exatamente o que esperávamos: a luz característica de átomos de hidrogênio foi detectada, o que nos permitiu medir com precisão a distância até este objeto".
Centro galáctico
O HLX-1 está localizado em uma outra galáxia, a cerca de 300 milhões de anos luz de nosso planeta. O estudo também mostra que a fonte não é um buraco negro super-maciço.
Os astrônomos acreditam que os centros da maioria das galáxias contêm tais buracos negros super-maciços, e buracos negros intermediários podem simplesmente tornar-se seus progenitores.
"Compreender como os super-buracos negros se formam e crescem é, assim, crucial para a nossa compreensão da formação e evolução das galáxias, que por sua vez, é uma parte do caminho para responder a uma das questões realmente grande: como foi a formação e evolução da nossa própria galáxia?" disse o astrônomo Sean Farrell, também da Universidade de Leicester.