As infecções com a bactéria da pneumonia multiplicaram as mortes pela gripe A durante 2009 na Argentina, segundo um estudo de cientistas argentinos e americanos publicado no domingo, 25, no jornal Clarín.
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A pesquisa dos 11 onze especialistas do Instituto Malbrán de Buenos Aires e da Universidade de Colúmbia (EUA) descartou, além disso, que na Argentina tivesse desenvolvido uma mutação mais perigosa do vírus. Os cientistas recomendam que as pessoas com risco de contrair a gripe se vacinem contra a bactéria de neumococo, a bactéria da pneumonia.
As pesquisas começaram depois que em meados de 2009 foi detectado que a Argentina mostrava uma taxa de infecção e morte pela gripe A maior que a média global, explicou o argentino Gustavo Palacios, um dos membros da equipe de cientistas.
Um total de 626 pessoas morreram ano passado na Argentina por causa da doença, cuja expansão obrigou a suspensão das aulas nas escolas e universidades em Buenos Aires e em 11 das 23 províncias do país, entre outros transtornos.
Em julho do ano passado, 3.056 casos de infecção e 137 mortes foram notificados, com o que a taxa de mortalidade por caso era de 4,5% "quando no resto do mundo não superava os 0,8%", comentou Palacios.
Os especialistas concluíram que a severidade dos casos de doentes pelo vírus H1N1, causadora da gripe A, se deveu a uma infecção com a bactéria do neumococo, situação que não foi detectada em outros países.
"O porquê destas infecções no país ainda não está claro: é preciso fazer outros estudos", ressaltou Palacios. "É necessário que se aplique a vacina contra a bactéria do neumococo em que têm risco de complicações pela gripe", apontou o pesquisador, para quem "também os médicos deveriam" controlar o vírus da gripe A e outros germes para dar a tempo de que remédios tenham efeito.