Brasil confirma 8 casos de gripe suína; 2 contraídos no País

Os novos casos são do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul ; País é o quinto a ter transmissão autóctone

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Por Redação
Atualização:

O Ministério da Saúde informa, em boletim divulgado na tarde deste domingo, que foram descartados 18 casos suspeitos de gripe A(H1N1), a gripe suína, enquanto que dois casos foram confirmados.  Ao todo, são agora oito casos confirmados no Brasil, sendo seis com vínculo de viagens internacionais e dois autóctones, ou seja, com a transmissão do vírus tendo ocorrido dentro do território nacional. Todos os casos autóctones, até agora, estão no Rio de Janeiro. Com o novo caso autóctone, agora são três os pacientes infectados pelo vírus no Estado do Rio.

 

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O ministério destaca que esses dois casos de transmissão autóctone estão fortemente vinculados ao primeiro, que contraiu a doença no México. Desse modo, até o momento, o Ministério da Saúde ratifica que a transmissão do vírus no Brasil permanece limitada, sem evidência de transmissão sustentada. O governo não deu detalhes da identidade do novo caso autóctone, mas a mãe de um dos pacientes cariocas que já tinham o vírus confirmado havia sido internada com suspeita da doença, no sábado, 9. Segundo o ministério, o estado do paciente é estável.

 

O outro caso confirmado é do Rio Grande do Sul. Esteve em vários países europeus (Alemanha, República Checa, Hungria, Áustria, Itália e Espanha), antes de voltar ao Brasil. Apresentou os primeiros sintomas, leves, em 3 de maio, na Itália. Viajou no mesmo dia para Madri (Espanha), onde embarcou no dia seguinte para o Brasil. Procurou o serviço de saúde e foi notificada no dia 7.  Passa bem, de acordo com a nota do ministério.

 

Os seis pacientes que já estavam com a gripe confirmada antes do mais recente boletim são cinco adultos jovens e uma criança.

 

 Atualmente, sete países apresentam transmissão autóctone, ou seja: quando a transmissão ocorre dentro do próprio país. Desses, apenas dois têm transmissão sustentada: México e EUA. Os países com transmissão autóctone limitada e não sustentada, até o momento, são Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e, agora, Brasil.

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Mais cedo, o ministério havia informado que havia 18 casos em suspeita, e cerca de 25 pessoas que estavam sendo monitoradas em dez Estados. Chegou a 156 o número de casos descartados, conforme dados repassados pelas Secretarias Estaduais de Saúde até as 9h de sábado.

 

Voo do México

 

Duas pessoas que desembarcaram neste domingo, 10, no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), em um voo da American Airlines vindo de Miami, entraram em monitoramento por terem apresentado sintomas da gripe suína. No total, o voo tinha 175 passageiros, sendo que nove passaram por Cancún (México), por conta do mesmo evento esportivo em que esteve o primeiro rapaz internado no Rio com o vírus Influenza A. Outros dois passageiros que estavam no mesmo avião também haviam apresentado alguns sintomas, mas após uma avaliação mais criteriosa foram liberados.

 

"Nesse voo havia vínculo epidemiológico claro com o caso confirmado. Então, é natural que a gente tome um pouco mais de cuidado com esse voo", afirmou o secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann. Segundo ele, uma terceira pessoa que desembarcou na noite de sábado no Galeão foi colocada sob vigilância, com monitoramento domiciliar, após ter apresentado sintomas da gripe. Esse passageiro estava num voo originado em Londres, com escala em Paris.

 

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O avião da American Airlines foi levado a uma área remota, onde os passageiros desembarcaram sob a vigilância de técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De ônibus, foram encaminhados a uma sala de triagem onde receberam máscaras e responderam questionários.

 

Era grande a expectativa de parentes e amigos dos que estavam no voo da American Airlines. O avião estava previsto para chegar ao Rio às 8h45, mas só pousou às 11h55, depois de fazer um pouso de emergência e permanecer por volta de três horas em Manaus. O motivo foi o mal-estar de uma passageira, a médica cardiologista Ana Cristina Amaral Mendes, que teve uma fibrilação atrial (arritmia cardíaca) durante o voo. A Anvisa em Manaus descartou qualquer relação com a gripe suína. A passageira estava acompanhada dos dois filhos pequenos.

 

Familiares de Ana Cristina, que não quiseram revelar seus nomes, informaram que foi a terceira vez que ela teve a arritmia. Ela é médica do Iate Clube Jardim Guanabara e integrava o mesmo grupo do primeiro rapaz que teve o diagnóstico confirmado. Ana Cristina foi internada na unidade coronariana de um hospital da rede Unimed, em Manaus, e está acompanhada do médico Alexandre Campelo, sócio do Iate Clube e que integrava o mesmo grupo.

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O comodoro do clube, José de Moraes Correia Neto, afirmou que o grupo que viajou a Cancún tinha cerca de 100 pessoas. A chegada dos últimos 10 integrantes dessa delegação estava prevista para a manhã de segunda-feira, segundo Correia Neto. Dois filhos dele também retornaram no voo de domingo. "Eu fiquei preocupado. Uma amigo doente é complicado. Nos Estados Unidos, não teve nada demais, não no sentido de precaução", afirmou um dos filhos, Roger Moraes, de 22 anos, amigo do primeiro rapaz a contrair o novo vírus, no Rio.

 

O tio de Roger, Marcos Correia, também esteve em Cancún e, ao desembarcar no Galeão, contou que foi uma viagem conturbada e que todo o grupo do Iate Clube ficou apreensivo ao saber que um colega havia contraído a gripe. Mas relatou que ninguém apresentou sintomas da doença na viagem. "Ninguém esperava isso. A gente sai para se divertir e acaba acontecendo", disse. Segundo ele, todos os passageiros do avião tiveram tratamento igual no desembarque, incluindo as pessoas que estiveram no México.

 

A publicitária Lorena Melo, de 27 anos, contou que não percebeu nenhuma preocupação das pessoas na passagem nos Estados Unidos. "A nossa maior preocupação em Cancún foi evitar lugares fechados", afirmou ela, que também integrava o grupo do Iate Clube.

 

(com Alberto Komatsu e Roberta Pennafort)

 

(Ampliada às 19h31)

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