Brasil detém tecnologia de reprodução tridimensional para cirurgias em órgãos lesionados

Cópias permitem economia de 60% no tempo das cirurgias e diminui os riscos

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Por Redação
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Goiânia - O Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), de Campinas (SP), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), desenvolveu um software para a reprodução tridimensional de órgãos que necessitem de tratamento e de cirurgia.O software InVesalius permite o uso da imagem de ressonância magnética ou de tomografia computadorizada para recriar uma cópia em tamanho natural imprensa em 3D em gesso, cerâmica, plástico e metal. "Qualquer órgão é reproduzível", explica o matemático e engenheiro mecânico Marcelo Oliveira, especialista do CTI.Segundo ele, com a tecnologia é possível reproduzir e ampliar células e até pequenas partículas vistas em microscópios, como a proteína de hemoglobina que está no estande do CTI na Expotec, a feira de ciência, tecnologia e inovação que pode ser visitada durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Goiânia.A partir da cópia feita com o InVesalius é possível confeccionar próteses e planejar melhor os procedimentos, o que economiza 60% do tempo de cirurgia, aumenta a precisão e diminui riscos, segundo o especialista.Conforme Oliveira, a tecnologia tem sido especialmente utilizada em cirurgias de reconstituição craniana e facial, para a produção de próteses do osso fêmur - o que melhora a articulação da prótese com a bacia, evita novas lesões e garante mais conforto aos pacientes.Cerca de 130 hospitais públicos já utilizaram a tecnologia, que começou a ser desenvolvida em 2001. Mais de 300 cirurgiões brasileiros conhecem o recurso e já utilizaram em 1.980 atendimentos. Há uma rede de mais de 4.750 desenvolvedores de software de cerca de 65 países que participam dos fóruns de discussão para o desenvolvimento da tecnologia, que é considerada pela comunidade científica internacional uma das fronteiras do conhecimento para esta década.O CTI trabalha atualmente na adaptação do uso do InVesalius com sensores de movimento, que funcionam como mouses virtuais e captam o movimento do cirurgião no centro cirúrgico e evita, assim, o contato com computadores e eventual contaminação.

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