Animada com mutirão, Dilma prepara novo 'zika day' para sexta

Mobilização acontecerá em escolas públicas do País, com a participação de todos os ministros

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Por Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - Animada com a operação que considerou "bem sucedida" no último sábado, contra o Aedes aegypti, a presidente Dilma Rousseff decidiu repetir o "zika day" agora em escolas públicas dos 27 Estados, com a participação novamente de todos os ministros, em mais um dia de conscientização sobre necessidade de eliminação dos criadouros do mosquito na próxima sexta-feira, 19.

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Será uma espécie de “arrastão da educação” contra o zika, disse um dos ministros que participou da reunião com a presidente. A ideia, desta vez, é que ministros casem agendas fora da capital com visitas a escolas públicas em diversos municípios. Mais uma vez, a presidente não quer que as autoridades visitem locais de suas bases políticas, mas municípios diferentes.

A presidente Dilma, por exemplo, vai a Pernambuco, onde terá duas agendas. Uma em Petrolina (PE), de entrega de casas do programa Minha Casa, Minha Vida, e, em seguida, a previsão é que atravesse a ponte da cidade e vá para Juazeiro, na Bahia, onde visita uma escola pública para fazer uma breve palestra para os alunos. Não está decidido ainda o formato do evento nem mesmo o local exato. A presidente poderá visitar ainda uma biofábrica, que trabalha no controle da transmissão da doença.

No final da tarde desta quarta-feira, a presidente se reunirá novamente com vários ministros, no Palácio do Planalto, quando será definido o roteiro a ser cumprido por todos eles.

Esta nova ação de sexta-feira está sendo coordenada em conjunto pela Casa Civil e o Ministério da Educação. O ministro Aloizio Mercadante já conversou com vários governadores, prefeitos das principais capitais e alguns secretários estaduais e municipais, para desencadear a operação de repasse de informação a alunos, professores e trabalhadores dos estabelecimentos, pela capilaridade que uma escola tem. A avaliação é que este mecanismo poderá atingir 60 milhões de pessoas, ajudando na conscientização da população.

Na ação de ministros nas escolas, eles estarão sempre ao lado de uma autoridade militar e de um agente de endemia, para esclarecer alguma dúvida que as pessoas tenham sobre o combate ao mosquito. Além da “aula” que os ministros darão sobre a necessidade de prevenção contra o Aedes aegypti, a intenção é apresentar um filmete mostrando onde pode estar o perigo. 

O filmete deve aproveitar a ideia lançada no Ceará, que apresentou, em maquetes, duas casas, com os mesmos objetos à mostra, informando sobre os perigos de cada um deles e como é possível manter em casa caixa d'água e pneus, protegidos de criadouros de larvas do mosquito. 

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A presidente se mantém empenhada no acompanhamento da epidemia de doenças provocadas pelo mosquito no País. Na reunião de segunda-feira, Dilma chegou a pedir ao ministro da Saúde, Marcelo Castro, com quem tem se reunido quase que diariamente, que explicasse didaticamente se há mesmo relação direta entre o zika vírus e a microcefalia. Ao fazer o balanço sobre o “zika day”, Marcelo Castro afirmou que "não há dúvidas" por parte do governo federal de que a epidemia de microcefalia é uma consequência direta do surto da zika em algumas regiões do Brasil e citou os diversos dados divulgados pelos pesquisadores nos últimos tempos que comprovariam a tese. 

No último sábado, 28 dos 21 ministros foram distribuídos em várias cidades do País na campanha nacional pelo "zika zero". A presidente Dilma participou da campanha indo ao Rio de Janeiro, onde percorreu casas na cidade, foco de maior preocupação do governo por causa da Olimpíada. Neste dia, 220 mil homens das forças armadas ajudaram na distribuição de panfletos e dando explicações de como combater o mosquito. De segunda até quinta-feira, está em curso a segunda etapa da mobilização, com 55 mil militares percorrendo casas ao lado de agentes de saúde, para ajudar na limpeza e combate aos criadouros e colocação de larvicidas. Na sexta, será realizada a terceira etapa com os ministros nas escolas públicas do País.