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Britânicos querem saber como células-tronco podem 'curar corações partidos'

Fundação Britânica vai investir R$ 133 mi para investigar potencial dessa tecnologia regenerar tecidos cardíacos

Por Reuters
Atualização:

LONDRES - A Fundação Britânica do Coração (BHF) lançou nesta terça-feira, 1, um projeto de 50 milhões de libras (R$ 133 milhões) para investigar o potencial das células-tronco para regenerar tecidos cardíacos e "remendar corações partidos".

 

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Os cientista envolvidos esperam que em uma década possam desenvolver drogas experimentais que levem à regeneração do coração - capacidade que alguns animais, como o peixe-zebra, possuem naturalmente.

 

"Cientificamente, remendar corações partidos é uma meta alcançável, e realmente podemos fazer a recuperação de um ataque cardíaco ser tão simples como a de uma perna quebrada", disse Peter Weissberg, diretor-médico da BHF, num evento em Londres para lançar uma campanha de arrecadação de recursos.

 

No ano passado, cientistas dos EUA relataram uma experiência na qual transformaram células cardíacas estruturais em células com batimento. Para isso, identificaram genes que, num embrião em desenvolvimento, transformam uma célula imatura em uma célula com batimento (cardiomiócito).

 

Uma das equipes britânicas, comandada por Paul Riley, do Instituto de Saúde Infantil do University College London, já descobriu uma proteína natural, chamada timosin-beta-4, que participa do desenvolvimento do tecido cardíaco.

 

Ele disse que os pesquisadores já tiveram algum sucesso no uso dessa proteína para "acordar" células conhecidas como células epicardiais em ratos com problemas cardíacos.

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"Esperamos encontrar moléculas similares ou componentes semelhantes a drogas que possam estimular ainda mais essas células", disse ele a jornalistas no evento.

 

Outra equipe, do Imperial College de Londres, irá trabalhar com um grupo de raras células-tronco latentes, que podem ser "colhidas" e cultivadas em laboratório.

 

Essas células são muito ativas em corações em fase de desenvolvimento, e podem se transformar em um tecido funcional novo. Mas algo nelas "desliga" assim que a pessoa nasce, o que significa que o coração se torna incapaz de reparar eventuais danos, segundo Michael Schneider, chefe da equipe.

 

Seus pesquisadores buscarão formas de reativar as células de maneira controlada e segura, para que consigam reparar tecidos cardíacos danificados, mas sem crescer descontroladamente.

 

"Uma estratégia seria administrar uma droga que ativaria esse tipo de processo", disse ele, acrescentando que isso "exige mais conhecimento sobre quais sinais ativam essas células".

 

Weissberg afirmou que, se a pesquisa tiver o sucesso esperado, um dia será possível reduzir ou até eliminar a necessidade de transplantes para pacientes com corações danificados.

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