Campanha de vacinação contra poliomielite começa neste sábado

Além da imunização contra pólio, estarão disponíveis as vacinas que compõem o calendário básico de crianças até os 5 anos de idade. Em São Paulo, serão mais de 7 mil postos de atendimento

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Por Raquel Brandão
Atualização:

Neste sábado, 15, as secretarias de saúde dos estados promovem o ‘Dia D’ para dar início à 36ª campanha contra a poliomielite em todo o Brasil. A meta do Ministério da Saúde é imunizar, até 31 de agosto – data prevista para o encerramento -, 12 milhões de crianças entre seis meses e cinco anos de idade. Haverá mais de 100 mil postos de vacinação fixos e móveis para aplicação das doses pelo País.

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Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo abre oficialmente a campanha - das 9h às 15h de sábado - com um posto móvel na marquise do Estádio do Pacaembu. No Estado, o objetivo é imunizar 2,3 milhões de crianças – 95% do público-alvo. “O último caso em São Paulo foi notificado há 27 anos. Com certeza a vacina foi importante para a erradicação do vírus, não só no Estado, mas em todo o Brasil”, afirma a diretora de imunização da Secretaria, Helena Sato. Serão 7.126 postos fixos e volantes distribuídos no território paulista, além de 2.577 veículos, trinta ônibus, quatro barcos e outros transportes para facilitar o acesso à população. As unidades funcionarão das 8h às 17h.

Eficaz na proteção contra três sorotipos dos poliovírus(1, 2 e 3), a vacina também é segura. “É uma vacina de vírus atenuados. A única contraindicação é para crianças que estão em tratamentos como quimioterapia e radioterapia”, explica Helena. A imunização contra a pólio é feita em cinco doses: aos dois e quatro meses, por via injetável; aos seis meses, por via oral, a famosa gotinha; e mais duas doses de reforço - também oral -aos 15 meses e aos cinco anos de idade. Todas as tipologias de vacina estarão disponíveis nos postos fixos e volantes.

Além da imunização contra pólio, a campanha também busca atualizar o esquema vacinal dos menores de cinco anos, oferecendo doses contra febre amarela, hepatite B, rotavírus humano e também a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Caso existam vacinas em atrasos, profissionais dos postos de saúde poderão colocar a carteira em dia (veja na galeria de imagens a caderneta). “O ideal é tomar na data prevista, mas se, por ventura, não tomou na época adequada, não é preciso recomeçar o esquema de vacinação. Além disso, não há contraindicação em tomar mais de uma vacina no mesmo dia”, conta a diretora da Secretaria Estadual.

Aplicativo. O Ministério da Saúde criou um aplicativo para facilitar o gerenciamento das cadernetas de vacinação, ‘Vacinação em Dia’.A ferramenta permite acompanhar o calendário de vacinação de crianças e adultos, marcando a data da imunização e agendando a próxima. Estão disponíveis informações sobre todas as vacinas ofertadas pelo SUS e o usuário poderá cadastrar até 10 carteiras de vacinação.

O aplicativo tem a função de lembrete, com notificações sobre as campanhas sazonais de vacinação. Também é possível calcular, a partir da inserção da primeira vacina no calendário, quando o usuário deve comparecer ao posto para uma nova imunização. O aplicativo funciona em tablets e smartphones, que utilizem sistemas operacionais iOS e Android.

Paralisia Infantil. Popularmente conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é causada pela contaminação pelo polivírus e é considerada uma doença grave, que afeta o sistema nervoso e pode causar fraqueza muscular permanente e perda irreversível dos movimentos nos membros inferiores. A transmissão do vírus é por via oralnaingestão de água e alimentos contaminados.

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O último caso registrado no Brasil foi em 1990 e a doença é classificada como erradicada desde 1994, mas a vacinação,única forma de prevenção, é considerada indispensável. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a poliomielite ainda é endêmica em três países:Paquistão, Nigéria e Afeganistão. “Com fluxo de turistas, com o comércio, há um grande trânsito de pessoas. Se não tivéssemos nossas crianças vacinadas, poderíamos ter a reintrodução da doença em nosso País", afirmou a coordenadora da Secretaria de Vigilância em Saúde, Carla Domingues, durante a coletiva de lançamento da campanha nacional, na última terça-feira,11.

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