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CFM aprova redução de estômago para tratamento de diabete

Mudança segue padrões já adotados nos EUA e na Europa e tem como objetivo o controle da doença

Por Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou resolução que torna mais fácil a redução de estômago no caso de pessoas com diabete tipo 2. O texto prevê que pacientes com a doença possam fazer a cirurgia com um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 34,9 quilos por metro quadrado. Atualmente, o IMC mínimo exigido para permitir o procedimento é 35, nos casos de pessoas obesas que tenham associado alguma outra doença, como diabete ou hipertensão. 

Atualmente, o IMC mínimo exigido para permitir a cirurgia é 35, nos casos de pessoas obesas que tenham associado alguma outra doença, como diabete ou hipertensão Foto: Wilton Júnior/Estadão

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Além do índice, é preciso que a pessoa tenha entre 30 e 70 anos e tenha se submetido, sem sucesso, a pelo menos 10 anos de tratamento. 

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A mudança definida pelo CFM segue padrões já adotados nos Estados Unidos e em vários países da Europa e tem como principal objetivo não a redução do peso, mas o controle da diabete. Justamente por isso, médicos se referem à cirurgia não como bariátrica, mas metabólica. 

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Hoje, a técnica já é feita no País, mas em caráter experimental. Com a aprovação da resolução, a cirurgia poderá ser feita desde que haja a recomendação de dois médicos endocrinologistas. O procedimento é considerado de risco e de alta complexidade. Com a cirurgia, afirmam os médicos, não é possível se falar em cura, mas em controle da diabetes.

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Além disso, o paciente não pode ser dependente de drogas, abusar de bebidas alcoólicas ou ter depressão grave. Também é contraindicada a técnica caso a pessoa interessada em fazer a cirurgia tenha problemas cardiovasculares. 

O texto prevê regras claras sobre a e equipe que cuidará do paciente. Ela deve ser composta por cirurgião geral ou do aparelho digestivo, endocrinologista, cardiologista, pneumologista, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista. Pode ainda ser necessária a participação de gastroenterologista, nutrólogo e equipe multiprofissional de terapia nutricional, psiquiatra, angiologista ou qualquer outro especialista ou profissional da área da saúde. 

Uma vez feita a cirurgia, pacientes devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar. Entre os pontos observados estão o estilo de vida e o estado nutricional do paciente. A cirurgia não pressupõe o fim do uso de medicamentos. É recomendado o uso de drogas de acordo com a evolução da glicemia e da hipertensão arterial. Em alguns casos, pacientes no pós operatório devem receber suplementação alimentar. Também é preciso acompanhareventuais riscos de complicações microvasculares.

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