Com atraso, Prefeitura inaugura primeiro hospital após sete anos

Santa Catarina, na zona sul, será o único da rede municipal a oferecer transplante e tratamento contra câncer

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:
Hospital da Vila Santa Catarina usa a estrutura do antigo centro médico particular Santa Marina Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO

Após problemas na reforma do prédio, a Prefeitura de São Paulo inaugura nesta sexta-feira, 11, com um ano de atraso, o primeiro hospital municipal em sete anos – o último foi o do M’Boi Mirim, em 2008. Localizado na zona sul, o Hospital da Vila Santa Catarina – que usa a estrutura do antigo centro médico particular Santa Marina – será também o primeiro da rede municipal a oferecer transplantes e tratamento contra o câncer. Terá ainda um centro de parto natural, banco de sangue e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto, pediátrica e neonatal. No total, haverá 271 leitos.

A unidade será administrada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), iniciativa do Ministério da Saúde que oferece isenção de impostos a hospitais de excelência em troca de investimentos na rede pública. “É a primeira experiência da cidade de São Paulo em que um hospital privado de excelência devolve a renúncia fiscal, entregando um hospital de alta complexidade e ainda na região mais carente de leitos da cidade”, diz o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha.

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O hospital começou a operar parcialmente em junho, com leitos de clínica médica. Em outubro, foi aberta a maternidade e o ambulatório de transplantes. Daqui a duas semanas, o serviço de oncologia será iniciado. Serão oferecidos tratamento para câncer de mama, próstata, estômago, intestino e pulmão.

Segundo o diretor-geral do hospital, Eliézer Silva, a abertura do hospital atrasou por causa de problemas encontrados no prédio que não eram conhecidos quando foi firmado o convênio entre o Einstein e a Prefeitura. “Como parte do prédio era da década de 1970, a estrutura física nem obedecia à legislação atual. Pensávamos que seria somente uma reforma, mas foi uma reconstrução. Toda a fiação havia sido roubada”, conta ele.

Com os problemas, o valor de investimento para a reativação do hospital foi o triplo do previsto: passou de R$ 24 milhões para R$ 84 milhões – R$ 56 milhões pagos por meio do Proadi-SUS e outros R$ 28 milhões investidos pelo Einstein.

Cirurgias. A gestão Fernando Haddad (PT) pretende ainda usar a estrutura do hospital para tentar diminuir a fila de espera por cirurgias eletivas (não urgentes) na cidade. O novo hospital terá capacidade para realizar 300 operações por mês nas especialidades de urologia, cirurgia vascular, cirurgia geral, transplantes (rim e fígado) e oncologia. No caso do tratamento para câncer, por não ter, até agora, nenhuma unidade própria com esse tipo de atendimento, a Prefeitura dependia das vagas de conveniados, como o A.C. Camargo, ou da rede estadual, que serão mantidas. 

“Essa fragmentação da assistência acaba trazendo ineficiência. É importante ter dentro da rede municipal o tratamento de câncer. Quando o paciente precisa de cuidado, ele não pergunta qual é a porta que tem de bater”, diz Claudio Lottenberg, presidente do Albert Einstein.  

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