Zika faz companhias dos EUA oferecerem troca de voos a grávidas

American Airlines permite até o reembolso para turistas com passagens para países latino-americanos; Áustria confirma 1º caso

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Por Redação
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Atualizado às 16h28

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SAN JUAN - Companhias aéreas dos Estados Unidos ofereceram troca de voos e algumas até o reembolso de passagens às mulheres grávidas que tinham previsto viajar para países do Caribe e da América Latina afetados pelo zika vírus, que pode estar vinculado ao nascimento de crianças com microcefalia. Aéreas brasileiras e de outros locais já haviam anunciado a possibilidade de troca e cancelamento de bilhetes para gestantes com esses destinos.

O Departamento de Comunicações da American Airlines disse nesta quarta-feira, 27, que sua política, "implementada desde segunda-feira, permitirá que as clientes recebam reembolso se for fornecida uma notificação médica de que não podem viajar para um destes países por gravidez".

A lista de países que a American Airlines inclui em seu alerta são: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Porto Rico e Venezuela Foto: EFE

A lista de lugares que a empresa aérea inclui em seu alerta são: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Porto Rico e Venezuela.

Além disso, a maior companhia aérea do mundo garantiu que seguirá "observando a situação e serão feitas mudanças em nossa política atual caso seja necessário".

Em comunicado, as empresas do Grupo Latam (TAM e LAN) informaram que estão oferecendo alternativas para passageiras com viagens internacionais para os seguintes países: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Suriname e Venezuela.

Passageiras grávidas com viagem já iniciada para os destinos citados poderão adiantar o retorno sem cobranças adicionais, de acordo com a disponibilidade de assentos, explicou a Latam. Já aquelas que ainda não iniciaram viagem a esses locais têm a opção de alterar o destino do voo (sujeito ao pagamento de possíveis diferenças de tarifas) ou solicitar o reembolso do bilhete.

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Para usufruir do benefício, a empresa pede que a passageira apresente declaração médica citando as semanas de gestação. As mesmas facilidades serão concedidas aos acompanhantes que estejam viajando com a passageira grávida no mesmo voo, informou a Latam.

As decisões foram divulgadas um dia depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) emitiu um alerta de viagem. O alerta pede aos viajantes, especialmente às mulheres grávidas, "que tomem precauções reforçadas" se viajarem aos países afetados pelo vírus.

No caso da United Airlines, segundo o "USA Today", a política de reembolso ou trocas de itinerário incluem Barbados, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, a Guiana Francesa, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Martinica, México, Paraguai, Panamá, Porto Rico, San Martín, Suriname e Venezuela.

Um porta-voz da Organização Caribenha de Turismo garantiu que "estão sendo observadas as medidas tomadas pelas companhias aéreas americanas com atenção" e reconheceu que "possivelmente terão repercussões negativas para a economia e o turismo" na região.

A infecção pelo vírus do zika tem como causa a picada de mosquitos infectados do gênero Aedes aegypti (também responsável pela dengue e a chikungunya), e costuma gerar febre leve, manchas na pele, conjuntivites e dores musculares.

Até o momento não existe nenhuma vacina para prevenir o contágio, nem remédios específicos para tratar a doença, que em quatro de cada cinco casos não apresenta sintomas, de acordo com os CDC.

Embora as consequências do zika não costumam ser graves, a doença foi ligada ao nascimento de crianças com microcefalia, no entanto, por enquanto não há nada comprovado.

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As precauções tomadas pelas companhias aéreas com relação ao zika vírus não foram tomadas com a recente aparição da chikungunya na região e nem com a dengue, ambas transmitidas pelo mesmo mosquito. 

Áustria. A Áustria detectou o primeiro caso de contágio do zika vírus em uma turista que retornou de férias no Brasil, informou nesta quinta-feira, 28, a rádio pública ORF.

Os médicos do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de Viena apontaram que a paciente não está grávida, portanto não existe nenhum perigo, e que é previsível que sejam detectados mais casos entre pessoas que tenham viajado à América Latina.

"Quatro de cada cinco pacientes nem se darão conta" que têm o vírus, indicou o médico Herwig Kollaritsch, o que não terá "nenhuma importância a menos que a pessoa esteja grávida".

Além disso, o clima da Áustria é tão frio que não há risco de proliferação do mosquito que transmitem o vírus.

O risco existe para as mulheres grávidas ou para as que tentam engravidar, por isso, o especialista pede precaução nas viagens para países latino-americanos, onde há registros da maioria dos casos.

O zika afeta 22 países do continente americano e obrigou os governos da região a tomar medidas extremas, como o Brasil e República Dominicana, que desdobraram forças militares para conter o Aedes aegypti. /EFE

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