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Criança de 2 anos fica com pilha no nariz por 50 dias

Médicos não notaram presença do objeto e trataram menino como se estivesse com gripe e sinusite; bateria de brinquedo necrosou narina

Por Marília Assunção
Atualização:

GOIÂNIA - A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) investigam as falhas no atendimento médico que levaram um bebê de dois anos de idade a sofrer necrose em uma narina e perder o septo nasal, cartilagem que separa as narinas. Durante 50 dias o bebê foi tratado por seis médicos de um plano de saúde privado, sem nenhum exame, como se estivesse com virose, gripe, sinusite e anemia, quando, na verdade, tinha uma bateria de brinquedo dentro do nariz.

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A pilha vazou e necrosou o septo nasal. A cartilagem precisou ser removida, problema que só poderá ser sanado na adolescência, provavelmente com cirurgias e enxertos no interior do nariz, segundo apuraram os familiares da criança. O caso foi registrado na DPCA nesta sexta-feira, 25, pelos pais da criança, o corretor Dihosley Silva Santos, de 28 anos, e a estudante de direito Daianne Pereira Santos, de 27.

Dihosley conta que, desde 15 de fevereiro, o filho mais novo, Henrique Silva Santos, estava reclamando de dores no nariz, com quadro de febre e coriza. A criança foi atendida por seis médicos diferentes no pronto-socorro do Serviço de Atendimento da Unimed Goiânia (SAU). Segundo ele, nem mesmo exames físicos como apalpação e inspeção nasal com uso de lanterna e espéculo foram realizados, muito menos exames como radiografia foram solicitados pelos médicos do plano de saúde que possui setor de raio-x no SAU.

Nesta segunda-feira, 28, deve ser formalizada a denúncia no Cremego. O conselho informou, contudo, que já iniciou investigação quando soube do fato na sexta, ocasião em que o pai também enviou e-mail antecipando informações ao conselho.

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