O primeiro trabalho, publicado no site da BBC Brasil, explica como a Finlândia deixou de ocupar o posto de país onde as pessoas mais morriam do coração. Em cerca de 40 anos, a população mudou hábitos de vida que eram extremamente danosos para a saúde. Alguns dos alimentos favoritos, como manteiga, leite integral, salsichas e sal, perderam espaço no cardápio dos finlandeses. Além disso, o número de fumantes diminuiu muito.
Um esforço de reeducação alimentar conseguiu orientar a população para trocar gorduras animais por azeite de oliva, passar a ingerir verduras e frutas (o que nem sempre é fácil em um país gelado em boa parte do ano) e reduzir o sal no preparo das refeições. As autoridades de saúde trabalharam lado a lado com organizações sociais como a Marta (organização nacional das donas de casa) para impactar diretamente nos hábitos das famílias.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram queda de 65% na mortalidade por doenças cardíacas na população masculina de 30 a 64 anos de 1970 a 1995. Hoje, essa taxa é 80% menor do que nos anos 70. O país também conseguir evitar aumento nas taxas de obesidade nos últimos anos.
O outro estudo mostra que exagerar no consumo de gorduras saturadas, como as encontradas em manteiga, queijos, banha de porco, carne vermelha, biscoitos, tortas e bolos aumenta o risco de doenças cardíacas, câncer e demência. A pesquisa da Universidade de Harvard, nos EUA, envolveu 126 mil adultos durante 32 anos e foi publicada pelo periódico médico Journal of the American Medical Association (Jama), pelo jornal inglês Daily Mail e pela agência de notícias AFP.
O trabalho também revelou que trocar gorduras saturadas por insaturadas de origem vegetal (azeite de oliva, canola, soja) ou provenientes de peixes traz vantagens para a saúde. O exagero no consumo de gorduras trans (como as encontradas na margarina e nos alimentos industrializados) trouxe problemas ainda mais graves.
Para cada aumento de 2% na ingestão de gorduras trans, houve um aumento de 16% no risco de morrer mais cedo. E para cada aumento de 5% no consumo de gorduras saturadas, esse risco sobre 8%. Já o consumo de grande quantidade das gorduras insaturadas (principalmente poli-insaturadas) reduz essa mortalidade entre 11% e 19%.
E o sono?. Outro trabalho da última semana mostra que tão ruim para a saúde quanto uma dieta rica em gordura saturada é a falta ou o excesso de sono. Não ter 7h de sono poderia causar uma inflamação no organismo, que aumenta o risco de diabete, depressão, aumento da pressão arterial e problemas cardíacos.
O estudo, feito pela Universidade da Califórnia (UCLA), revisou outros 72 artigos sobre o tema e foi publicado pela revista médica Biological Psychiatry e pelo jornal Daily Mail. Foram mais de 50 mil casos cobertos pela revisão. Os pesquisadores focaram em mediadores químicos liberados quando a pessoa enfrenta insônia ou distúrbios do sono que podem desencadear o processo inflamatório.
A conclusão é que dormir bem é tão importante para o coração quanto uma dieta adequada e a prática regular de atividade física. Sem esquecer, é claro, do cigarro, como um dos principais agentes que potencializam o risco de doenças cardíacas.