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Dengue já causou cinco mortes este ano no interior de SP

Vítima mais recente, um homem de 44 anos, morreu nesta quarta na Santa Casa de Lins, com diagnóstico de dengue hemorrágica

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Desde o início de janeiro, pelo menos cinco pessoas morreram no interior de São Paulo com suspeita de dengue. Na manhã desta quarta-feira (28), um homem de 44 anos morreu na Santa Casa de Lins, cidade de 71,5 mil habitantes, na região de Bauru, com diagnóstico de dengue hemorrágica. Outras três mortes ocorreram em Guararapes, de 30,7 mil habitantes na região de Araçatuba. Dessas, a mais recente vitimou um homem de 65 anos que estava internado na Santa Casa local e morreu na terça-feira (27). Ele era portador de diabete.

Na segunda-feira (26), a vítima foi uma professora aposentada de Marília, cidade de 228,6 mil habitantes, no centro-oeste paulista. Ela estava internada desde o dia anterior na Santa Casa local com sintomas da doença. Em todos os casos, houve o diagnóstico da dengue e foram colhidas amostras para a confirmação da doença por exames de laboratório. O resultado leva até dez dias para ficar pronto, por isso os casos ainda não foram notificados à Secretaria de Saúde do Estado.

Técnico borrifa inseticida dentro da Igreja Matriz de Guararapes, cidade atingida pela epidemia de dengue, com 23 casos por dia em 2015. Foto: Chico Siqueira

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Em Guararapes, a prefeitura decretou estado de emergência e pediu autorização judicial para arrombar os domicílios fechados. Nos primeiros 25 dias do ano foram confirmados 661 casos de dengue, além de 953 suspeitos. Com o reconhecimento da situação de epidemia, o município contratou agentes para combater o mosquito. Equipes percorrem a cidade fazendo nebulização em casas, terrenos e estabelecimentos comerciais. Donos de imóveis em que forem encontrados criadouros pela segunda vez recebem multa de R$ 227 - na terceira, esse valor dobra. A cidade teve o primeiro surto de dengue do Estado em 1987. 

A prefeitura de Catanduva, com 118,2 mil habitantes, na região de São José do Rio Preto, a suspendeu o Carnaval, uma das principais atrações turísticas, por causa da dengue. A verba de R$ 1,5 milhão economizada com a estrutura da festa está sendo aplicada em ações de combate ao mosquito. Foram contratados 80 agentes de saúde. A cidade tem 1,7 mil casos, dos quais 377 confirmados. Uma morte por dengue foi confirmada no dia 6 deste ano, porém o óbito ocorreu no dia 30 de dezembro.

Em Paraguaçu Paulista, com 44,3 mil habitantes, no oeste do Estado, a prefeitura decretou situação de emergência em razão da incidência "anormal" da dengue. Na primeira semana deste ano, foram notificados 360 casos suspeitos, mas o número já pode passar de 1,2 mil em razão da evolução da doença. De cada dois casos suspeitos, um está sendo confirmado. Há risco de epidemia: a cidade é estância turística e tem lagos usados pelos visitantes.

Outros municípios, como Marília, Bauru, Limeira e Sorocaba entraram em alerta contra a doença. As prefeituras informam que, apesar dos esforços para controlar o mosquito transmissor, os casos se multiplicam rapidamente e pacientes lotam as unidades de atendimento. Marília tem mais de 600 casos notificados, entre eles, um caso de dengue hemorrágica - o paciente está internado. No Distrito de Macuco, em Getulina, cidade da região, metade dos 600 moradores apresenta sintomas da doença, embora apenas 25 casos tenham sido confirmados. 

A Secretaria de Saúde do Estado informou que as notificações dos casos de dengue pelas prefeituras só começam a entrar no sistema após o encerramento do mês, por isso ainda não há números oficiais. As prefeituras de Guararapes e Catanduva pediram apoio à Secretaria para o combate ao mosquito e receberam equipes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) para atuar na aplicação de inseticidas.

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