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Despedida de ex-ministro reúne políticos e autoridades em SP

Familiares e médicos se emocionaram no velório de Adib Jatene, pioneiro da cirurgia cardíaca no Brasil

Por Fabio de Castro
Atualização:

Atualizado às 20h

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SÃO PAULO - Familiares, amigos, colegas, políticos e autoridades se despediram ontem do ex-ministro da Saúde e diretor-geral do Hospital do Coração (HCor) Adib Jatene. No velório, realizado no hospital, lembraram do "trabalhador incansável", "do pesquisador, do médico" e do "homem público exemplar". Jatene foi enterrado às 17 horas no Cemitério do Araçá, em São Paulo.

O superintendente do HCor, Carlos Alberto Buchpiguel, afirmou que Jatene deixou um legado que não será apagado. "Perdemos um grande líder, um professor, um pesquisador e um médico exemplar, que trouxe para todo o mundo inovações na área médica, em especial uma nova forma de tratar cardiopatias congênitas", disse.

Jatene morreu na noite desta sexta-feira, aos 85 anos, de enfarte Foto: JF Diório/Estadão

Segundo ele, Jatene estava internado até o fim de setembro, quando teve alta e voltou para casa. Ao sentir novo mal-estar, internou-se novamente e, ontem, manifestou sinais de um enfarte no miocárdio. "Ele preferiu descansar de toda essa luta. Chegou consciente ao hospital, mas depois da parada cardíaca, infelizmente não foi possível ressuscitá-lo", disse.

"O Brasil perde um grande homem público, um grande médico e uma grande pessoa", disse o senador José Serra (PSDB), durante o velório. "Tive a oportunidade de suceder-lhe no Ministério da Saúde e, por isso, sei como foi importante sua atuação. Era um trabalhador incansável, que suava a camisa."

Segundo Serra, na época de Jatene à frente do ministério, o País começou de fato a avançar no combate à aids. "Adib tinha uma particularidade: ele sabia planejar muito bem. Com a CPMF, Adib foi decisivo para a formação do sistema público de saúde no País", afirmou.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), destacou a importância de Jatene para a comunidade sírio-libanesa no Brasil. "Nós, da comunidade sírio-libanesa, perdemos o nosso maior referencial. Desde pequeno ouço o seu nome como grande médico, grande pesquisador e grande pessoa, com sua capacidade de projetar o nome do Brasil internacionalmente. Vai fazer muita falta por seu legado e por tudo que representa para o País", afirmou Haddad.

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"Jatene era uma pessoa especial", disse Paulo Skaf, presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e ex-candidato ao governo de São Paulo. Segundo ele, Jatene era membro do Conselho Superior Estratégico da Fiesp. "Percebíamos que, quando se tratava de um assunto ligado à educação, à indústria, ou ao emprego, por exemplo, ele se manifestava e opinava com o mesmo brilhantismo e equilíbrio com que fazia nos assuntos de medicina. Além de um médico importante, Jatene era uma pessoa equilibrada, com uma visão ampla, que se dedicava em todos os campos de atuação. Perdemos um grande brasileiro." Estavam presentes no velório a esposa de Jatene, Aurice, seus quatro filhos, Ieda, Marcelo, Fábio e Iara e seus netos.

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