A dieta típica ocidental, rica em carnes e gorduras e pobre em carboidratos complexos, como os amidos, é uma receita para desenvolver câncer de cólon, advertiu nesta segunda-feira, 30, o gastroenterologista Stephen O'Keefe, da Universidade de Pittsburgh, dos Estados Unidos.
Isso ocorre porque a dieta tem uma influência direta nas diferentes bactérias intestinais, que podem produzir substâncias protetoras ou cancerígenas para o cólon, disse O'Keefe em reunião da Society for General Microbiology em Harrogate, no Reino Unido.
O câncer colo-retal é a segunda maior causa de morte oncológica entre adultos no mundo ocidental, atrás apenas do de pulmão.
O gastroenterologista explicou que as pessoas que adotam uma dieta rica em carboidratos complexos, incluindo cereais, legumes, verduras e frutas, possuem uma grande quantidade de firmicutes no intestino.
Estas bactérias utilizam os resíduos de amido e proteínas no cólon para fabricar ácidos graxos de cadeia curta e vitaminas como o folato e a biotina, que mantêm a saúde do órgão.
Estudos comprovaram que um destes ácidos graxos, o butirato, reduz o risco de ter câncer de cólon.
Por outro lado, algumas bactérias podem fabricar substâncias tóxicas a partir dos resíduos alimentares, afirmou O'Keefe.
As dietas ricas em carne produzem sulfureto, que reduz a ação das bactérias benéficas à saúde, acrescentou.