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Epidemia de dengue afeta metade do Estado de São Paulo

Estado registra mais casos até agora do que em 2014 inteiro; pelo menos 99 pessoas morreram neste ano por complicações da doença

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

SÃO PAULO - Em menos de quatro meses e antes mesmo do fim do período de pico da dengue, o Estado de São Paulo já registra mais casos da doença neste ano do que em 2014 inteiro, mostra balanço divulgado nesta sexta-feira, 24, pela Secretaria Estadual da Saúde. Quase metade dos municípios paulistas está em situação de epidemia. Pelo menos 99 pessoas morreram neste ano por complicações da dengue - em todo o ano passado, foram 90 óbitos.

De 1.º de janeiro até o último dia 22 de abril, o Estado teve 212.904 casos confirmados da doença, aumento de 70,4% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado, quando 124.921 pessoas foram infectadas pelo vírus.

Considerando o número de registros confirmados em todo o ano de 2014, a alta é de 8,1% - nos 12 meses do ano passado, foram 196.879 casos.

Quase metade dos municípios paulistas está em situação de epidemia Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Com a confirmação de mais registros, a taxa de incidência da doença no Estado foi a 494 casos por 100 mil habitantes e é considerada epidêmica - segundo classificação adotada pelo Ministério da Saúde, a epidemia é caracterizada por índice superior a 300 registros por 100 mil habitantes.

Somados os casos confirmados com os que ainda estão em investigação, o Estado já tem 404.636 notificações da doença, e o quadro ainda deve piorar, uma vez que o maior número de casos é registrado entre a segunda quinzena de abril e maio.

Apesar do surto, 63 municípios ainda não tiveram nenhum caso de dengue confirmado em 2015. O número é menor do que no ano passado, quando 136 cidades ficaram livres da doença.

Regiões. O surto é mais severo em algumas regiões do Estado, como no noroeste paulista e na área de Sorocaba. Dos 645 municípios paulistas, 293 têm taxa de incidência epidêmica, o equivalente a 45% do Estado.

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A cidade com o quadro mais grave é Estrela D’Oeste, que tem o pior índice de incidência de todo o Estado: 12.184 casos por 100 mil habitantes. Em número absoluto de casos, Campinas segue sendo a campeã, com 25.987 registros.

Pelos números estaduais, a capital paulista aparece em terceiro lugar no ranking de campeãs de registros, com 17.259 casos confirmados. Dados mais atualizados divulgados nesta quinta pela Prefeitura de São Paulo mostram, no entanto, que o número de pessoas infectadas já chega a 20.764 na cidade.

Embora o aumento seja de 191,3% em relação ao mesmo período do ano passado, a capital ainda não tem índice epidêmico - considerando os números municipais, a taxa é de 184,5 casos por 100 mil habitantes.

Mesmo com situação mais confortável do que a do interior, a capital montou tendas emergenciais de atendimento e recrutou 50 soldados do Exército para atuar junto com os agentes de saúde em busca de criadouros do mosquito em casas. Nesta sexta, no segundo dia de trabalho dos militares, 1.304 imóveis foram vistoriados.

 Foto: Infográfico/Estadão
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