'Epidemia do tabaco' pode matar 1 bilhão no século, diz OMS

Doenças relacionadas ao fumo mataram 100 milhões de pessoas durante o século 20, conclui relatório

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Por Associated Press
Atualização:

A 'epidemia do tabaco' matou 100 milhões de pessoas no mundo todo durante o século 20 e pode matar um bilhão no século 21 se os governos não tomarem medidas drásticas para redução do consumo, declarou a Organização Mundial da Saúde (OMS), em relatório nesta quinta-feira, 7. Governos de todo o planeta recolhem mais de US$ 200 bilhões em taxas sobre o tabaco todos os anos, mas aplicam menos de um quinto de 1% dessa receita no controle de seu consumo, afirmou o relatório. "Nós temos em nossas mãos a solução para a epidemia mundial do tabaco, que ameaça a vida de um bilhão de homens, mulheres e crianças neste século", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, durante a divulgação do documento. "A cura para esta epidemia devastadora não depende de remédios ou vacinas, mas de ações dos governos e da sociedade", acrescentou. O relatório pede que os países aumentem drasticamente os esforços para evitar que pessoas jovens comecem a fumar, ajudem as pessoas que querem largar o vício e protejam os não-fumantes da exposição ao fumo. O documento sugere ainda que os governos adotem seis medidas de política de controle do tabaco: banir a publicidade de cigarros, aumentar os preços e taxas, proteger não-fumantes da exposição ao fumo, alertar as pessoas dos perigos do tabaco, ajudar aqueles que querem parar de fumar e monitorar o consumo. "A epidemia já mata 5,4 milhões de pessoas por ano. Sem um maior controle, o número poderá aumentar para mais de 8 milhões de mortes por ano até 2030", disse Margaret. De acordo com o relatório, dois terços dos fumantes do planeta vivem em 10 países: China - com quase 30% -, Índia, Indonésia, Rússia, Estados Unidos, Japão, Brasil, Bangladesh, Alemanha e Turquia. Mais de 80% das mortes relacionadas ao tabaco em 2030 serão em países de baixa e média renda, já que o consumo cresce rapidamente em países pobres. Somente dois países - Uruguai e Nova Zelândia - têm leis adequadas no combate ao fumo. Para a indústria do tabaco sobreviver e continuar atraindo consumidores, "são gastos US$ 10 bilhões ao ano em publicidade, promoção e patrocínios", concluiu o documento.

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