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Estado de São Paulo registra 1º caso de Zika, febre 'prima' da dengue

Homem de 52 anos, morador de Sumaré (SP), teve diagnóstico positivo para doença, antes informada como dengue; ele está bem

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

Atualizada às 16h51

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SOROCABA - A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou o primeiro caso de febre causada pelo vírus Zika no Estado de São Paulo. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, acometeu um aposentado de 52 anos, morador de Sumaré, interior de São Paulo. De acordo com a prefeitura local, o caso havia sido notificado inicialmente como dengue. O diagnóstico foi corrigido depois que amostras de sangue do paciente foram examinadas pelo Instituto Adolfo Lutz.

Segundo o Departamento de Controle da Dengue de Sumaré, na época do atendimento ao paciente a cidade já tinha declarado epidemia de dengue e os casos eram confirmados por avaliação clínica, sem a necessidade de exames laboratoriais. O caso de febre Zika só foi descoberto porque o aposentado havia doado sangue no Hemocentro da Unicamp, em Campinas, alguns dias antes de apresentar os sintomas. Após ser diagnosticado com dengue, ele próprio teve a iniciativa de ligar para o hemocentro informando sobre a doença. Os sintomas de dengue e da febre Zika são semelhantes.

A Zika é transmitida pela picada do mosquito 'Aedes aegypti' contaminado com o vírus Foto: Divulgação

Ainda segundo o departamento, o sangue doado pelo morador de Sumaré já estava sendo usado num paciente que realizada transplante de fígado. Os exames feitos no Hemocentro deram negativo para a dengue e positivo para o vírus Zika. O paciente que recebeu o sangue no transplante foi monitorado e não apresentou sintomas.

Já a Secretaria da Saúde do Estado informou que amostras do sangue também foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz. No laboratório, os técnicos constataram que não se tratava de nenhum dos tipos de vírus da dengue. Para a obtenção do diagnóstico, foi necessário fazer o isolamento e o sequenciamento genético do vírus.

Como o doente não apresentava histórico de viagem nas duas semanas anteriores ao surgimento dos sintomas, a secretaria concluiu que se trata de caso autóctone - ele adquiriu a doença na própria cidade. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, o paciente foi tratado e está curado. No entanto, a contaminação indica que o vírus já circula na cidade.

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Combate ao mosquito reforçado. Na manhã desta sexta-feira, uma equipe da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), que já estava em Sumaré desde o dia 28 de abril em razão da epidemia de dengue, foi deslocada para o bairro onde mora o paciente com o caso confirmado. A divisão de Vigilância Epidemiológica de Sumaré está orientando a população a reforçar o combate ao mosquito, eliminando criadouros no interior das casas. As equipes vão percorrer, uma a uma, todas as residências do bairro.
A cidade registra 9.208 casos de dengue, doença considerada mais grave do que a febre produzida pelo vírus Zika. A Vigilância pediu à população que esteja atenta, pois a doença causada pelo novo vírus é muito semelhante à dengue. "Provavelmente por isso, muitos casos de Zika podem ter sido diagnosticados como casos leves de dengue - tanto que há, segundo o Ministério da Saúde, mais de 1,2 mil casos desta nova doença sob investigação em todo o País, mas poucos confirmados (seriam apenas 18 até a última quinta-feira)", informou em nota.
De acordo com a vigilância, a forma de transmissão da Zika é a mesma da dengue. A picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti, que passa o vírus de uma pessoa infectada para uma pessoa saudável. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas do vírus Zika incluem erupção na pele com pontos brancos ou vermelhos, que pode ser acompanhada ou não por febre, olhos vermelhos, dor nas articulações, dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas. Também podem ocorrer dor de garganta, tosse e vômitos.
Os casos geralmente têm evolução benigna, não havendo registros de casos graves ou mortes. Apenas 18% das pessoas infectadas apresentam sintomas que, quando ocorrem, podem durar de dois a sete dias. Não existe vacina contra o vírus. O tratamento é à base de medicamentos para febre e dor, conforme orientação médica. Os médicos da rede pública municipal de Sumaré estão sendo orientados sobre a doença e as formas de atendimento a eventuais novos pacientes.

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