Europa mobiliza hospitais contra Ebola

França prepara nove unidades para a eventualidade de uma epidemia mundial. Reino Unido faz ‘quarentena voluntária’

PUBLICIDADE

Por Andrei Netto
Atualização:

PARIS - Apesar do baixo risco de que uma epidemia de Ebola chegue à Europa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os maiores países do continente estão preparando suas estruturas de saúde pública para a eventualidade. Nesta segunda-feira, 11, o Ministério da Saúde da França confirmou ter ordenado que nove hospitais do país criem centros de acolhimento de emergência. No Reino Unido, há suspeitos em “quarentena voluntária”. 

Os hospitais nas cidades de Paris, Lille, Rennes, Bordeaux, Estrasburgo, Marselha e Lyon, além de uma base das Forças Armadas em Saint-Mandé, terão serviço de doenças infecciosas, central de reanimação com quartos isolados, laboratório preparado para garantir o confinamento do vírus e helipontos. A informação, até então mantida sob sigilo, foi revelada pelo jornal Le Parisien.

Health workers load Ebola patient, Spanish priest Miguel Pajares, into an ambulance on the tarmac of Torrejon airbase in Madrid, after he was repatriated from Liberia for treatment in Spain, August 7, 2014. Pajares, the first European infected by a strain of Ebola that has killed more than 932 people in West Africa, was stable in a Madrid hospital on Thursday after being airlifted from Liberia, health authorities said. Pajares, 75, was working for a non-governmental organisation in Liberia and was repatriated along with his co-worker Juliana Bohi, a nun who has tested negative for the disease. Liberia has declared a state of emergency over the crisis. REUTERS/Ministry of Defence/Handout via Reuters (SPAIN - Tags: DISASTER HEALTH TPX IMAGES OF THE DAY) Foto: MINISTÉRIO DA DEFESA DA ESPANHA/REUTERS

PUBLICIDADE

As medidas foram tomadas sem que nenhum paciente infectado pelo vírus tenha sido identificado na Europa, além do padre Miguel Pajares, internado em Madri após ter sofrido o contágio na Libéria.

O governo do Reino Unido, porém, confirmou na semana passada ter “várias pessoas” em “quarentena voluntária”, suspeitas de terem entrado em contato com o vírus na África. Um paciente vem sendo “monitorado de perto” em Cardiff, no País de Gales. “Há outras pessoas no Reino Unido que voltaram de países infectados e que estiveram em risco”, afirmou Anna Humphries, porta-voz do Ministério da Saúde do País de Gales.

Em Londres, uma unidade, o Royal Free Hospital, foi preparada para a eventualidade de infecções em solo britânico. Como medida preventiva, a companhia aérea British Airways cancelou voos para Serra Leoa e para a Libéria.

Suspeita. A atual epidemia de Ebola na África, a mais grave desde a descoberta da doença, em 1976, já teria deixado 960 mortos, segundo a OMS, entre os 1.800 pacientes infectados.

Outro país da África que aumentou a vigilância é a Costa do Marfim, que proibiu voos vindos dos países afetados. Nesta segunda, um estudante alemão foi internado em isolamento em Kigali, Ruanda, após passagem pela Libéria. Um segundo caso da doença foi confirmado na Nigéria, de uma enfermeira infectada na capital, Lagos.

Publicidade

Em compensação, houve um avanço no combate à doença. De acordo com o jornal The Independent, pesquisadores britânicos encontraram o ponto de origem da epidemia, que teria começado a partir da contaminação de uma criança de dois anos no vilarejo de Gueckedu, na Guiné, morta em 6 de dezembro com sintomas da doença.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.