GENEBRA – Às vésperas do Carnaval, a Europa recomenda à sua população que seja vacinada contra a febre amarela caso queira participar da festa popular no Brasil ou que esteja a caminho de áreas de transmissão do vírus no País, inclusive ao Estado de São Paulo. Num alerta publicado pela Agência Europeia de Controle de Doenças, o bloco deixou claro que teme que o Carnaval, período do ano com forte fluxo de turistas europeus ao Brasil, acabe gerando uma importação de casos.
No comunicado, a Europa aponta que o surto no Brasil foi declarado como encerrado em setembro de 2017. Mas os números em alta das últimas semanas apontariam para a volta da circulação do vírus, em especial em São Paulo. A organização estima que cerca de 1 milhão de pessoas viajam ao Brasil neste período.
“A identificação de casos em animais nas proximidades de regiões metropolitanas em São Paulo e Rio é preocupante, especial diante do início da temporada do mosquito”, indicou. “Existe um aumento da possibilidade de transmissão urbana, o que aumenta de forma significativa o número potencial de pessoas expostas”, alertou.
No último fim de semana, um holandês que estava no interior de São Paulo retornou a seu país de origem contaminado pela doença, o que fez a OMS reavaliar a situação do Brasil.
Agora, o alerta da Europa se refere ao carnaval, que ocorre entre 9 e 14 de fevereiro. “Durante o Carnaval, o número de viajantes da Europa ao Brasil deve aumentar. Portanto, o número de casos relacionados com viagens entre turistas não vacinados pode aumentar também nos próximos meses”, alerta.
Dentro da Europa, a agência estima que o risco de transmissão da febre amarela seria muito baixo.
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Ainda assim, as autoridades do Velho Continente pedem que os turistas que estejam viajando ao Brasil sejam vacinados, de acordo com as recomendações da OMS. Nesta semana, a agência da ONU incluiu todo o estado de São Paulo entre os locais de risco, além do Rio de Janeiro e Bahia.
Uma vez no Brasil, a Europa pede que os turistas “tomem medidas para prevenir a picada do mosquito, especialmente no início do dia e ao entardecer, quando os mosquitos são mais ativos”. Isso inclui o uso de repelentes, usar camisas e calças de manga larga e dormir em quartos com ar condicionado ou com redes para proteger as camas.
A Europa também deixa claro que turistas internacionais que estejam retornando de áreas afetadas por ser obrigados a mostrar provas de sua vacinação ao entrar em regiões com o mosquito.
Médicos – Com a doença inexistente na Europa, a agência também recomenda que médicos e profissionais do setor de saúde sejam informados de forma regular sobre as áreas com transmissão de febre amarela. Eles também devem passar a considerar a doença em seus diagnósticos.
Uma especial preocupação da Europa ainda se refere a seus territórios em outros continentes, afetados pelo mosquito. Territórios europeus na Ásia, por exemplo, contam com a presença do vetor da febre amarela. Mas não com a doença. O temor é de que a importação de um caso brasileiro possa acabar gerando uma transmissão local em uma população que não está imunizada.
Por isso, a agência sugere que os viajantes que chegam do Brasil devem ser avaliados sobre o status de sua vacinação.
Outra recomendação é de que pessoas retornando de áreas sob risco de transmissão não realizem doações de sangue por 28 dias e que doações de certos órgãos seja reavaliada.
“Se um órgão recebeu vacina de febre amarela durante quatro semanas antes da doação, uma avaliação é obrigatória”, recomenda.