Ex-gestores criticam auditoria e atual direção da Santa Casa

Documento afirma que processo ‘tendencioso’ levantou ‘irregularidades sem fundamento ou comprovações’

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Os ex-gestores da Santa Casa de São Paulo, que se demitiram em setembro do ano passado durante crise financeira da entidade, enviaram nesta segunda-feira, 2, carta à Provedoria da instituição atacando a auditoria feita a pedido da Secretaria Estadual da Saúde nas finanças da entidade e criticando a postura da atual superintendência.

Assinado pelo ex-superintendente Antonio Carlos Forte, pelo ex-tesoureiro Hercílio Ramos e pelo ex-chefe de gabinete da superintendência Edison Ferreira da Silva, o documento afirma que “uma auditoria tendenciosa levantou uma série de irregularidades sem fundamentos ou comprovações, imediatamente divulgadas à imprensa, sem nenhuma defesa do provedor, do superintendente ou do novo corpo diretivo”.

Investigação. Entidade diz que forneceu documentação Foto: GABRIELA BILO/ ESTADAO

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Forte e Ramos deixaram seus cargos após vir a público a informação de que os dois prestavam consultoria para a Logimed, principal fornecedora de medicamentos e materiais. Eles e a empresa negaram qualquer conflito de interesses.

Entre os supostos erros da auditoria apontados pelos dois no documento está o sobrepreço de até 5.000% em medicamentos. Na versão dos ex-gestores, houve uma comparação errada entre o preço unitário e o preço de caixa do item.

Outra informação da auditoria questionada é o excesso de funcionários. Os auditores apontaram que a Santa Casa tem 21 funcionários por leito, quando a média dos demais hospitais do mesmo porte é de até 5. Os ex-gestores afirmam que o hospital central tem 4.870 trabalhadores por 693 leitos, o que daria uma taxa de 7 por leito, índice que iria a 9 se incluídos os trabalhadores terceirizados.

Transparência. A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que a BDO, empresa responsável pela auditoria, “apresentou o relatório que foi encaminhado ao Ministério Público, Ministério da Saúde, Tribunal de Contas e Santa Casa e até agora não houve nenhuma contestação”. Já a Santa Casa disse que realiza sindicância interna para averiguar os temas apontados na auditoria. Afirmou ainda que a equipe da nova Superintendência “trabalha com transparência.”

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