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Fenômenos climáticos podem levar a pandemias de gripe

Estudo aponta relação entre La Niña e surgimento de variações do vírus

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Por Redação
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 Pandemias mundiais de gripe, como as que ocorreram em 1957, 1968 e 2009 podem estar relacionadas ao clima, diz um novo estudo. Cientistas examinaram padrões climáticos nos períodos dessas pandemias e descobriram que cada uma delas foi precedida por condições do fenômeno conhecido como La Niña no Pacífico equatorial. Os autores, da Universidade de Columbia e de Harvard, ressaltam que o padrão é conhecido por alterar padrões migratórios de pássaros, que são reservatórios naturais para o vírus. Os cientistas teorizam que os padrões alterados das migrações promovem o desenvolvimento de novas cepas de influenza. O estudo foi publicado no periódico PNAS. Para examinar a relação entre padrões climáticos e pandemias de influenza, os pesquisadores estudaram registros das temperaturas dos oceanos no Pacífico equatorial no outono e no inverno antes das quatro mais recentes pandemias. Todas foram precedidas por temperaturas abaixo do normal na superfície do oceano, consistentes com a fase de La Niña da oscilação do El Niño. Esse padrão se desenvolve no oceano Pacífico a cada dois ou sete anos aproximadamente. Os autores citam outra pesquisa mostrando que o La Niña altera migrações dos pássaros. Essas condições poderiam favorecer mutações genéticas que levam a variações do vírus da influenza. "Sabemos que as pandemias emergem de mudanças dramáticas no genoma do vírus. Nossa hipótese é que o La Niña reúne o estágio para essas mudanças rearranjando ou misturando padrões de aves migratórias, que são o maior reservatório da influenza", diz o artigo. Mudanças nas migrações não apenas alteram o padrão de contato entre espécies de pássaros, mas também podem levar a mudanças no modo como os pássaros entram em contato com animais domésticos como porcos. Trocas genéticas entre vírus da influenza aviária e suína foi um fator na pandemia de gripe suína em 2009.

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