‘Fui tratada como criminosa’, diz mulher que fez aborto

D.F, balconista de 23 anos, teve complicações após procedimento clandestino e conta que foi desrespeitada no SUS

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Por D.F
Atualização:

“Não tenho condições de sustentar sozinha mais um filho. Procurei o Sistema Único de Saúde assim que descobri a gravidez. Conversei com dois médicos e eles falaram a mesma coisa: que para abortar legalmente teria de conseguir ordem judicial e, como minha gravidez não era fruto de estupro, eu não iria conseguir a autorização. Por isso tive de recorrer ao aborto clandestino. Tive complicações e quando procurei novamente o atendimento público fui muito desrespeitada. As enfermeiras e auxiliares falavam gracinhas e me acusavam de ser responsável pelo o que eu estava passando. Só não me deixaram morrer de hemorragia porque minha irmã fez um escândalo. Não me sinto criminosa, mas fui tratada como se fosse.”

Protesto contra o Estatuto do Nascituro na Praça da Sé, na região central de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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