Jornais do mundo falam sobre caso de excomunhão e aborto

Espanhol 'El País' chama atenção para confronto entre Estado e Igreja Católica no recente episódio

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Por Redação
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O caso do aborto a que foi submetida a menina brasileira de 9 anos estuprada pelo padrasto e grávida de gêmeos não está provocando discussões somente no País. Jornais de diversos países ao redor do mundo também repercutiram. É o caso do jornal italiano Corriere della Sera, que deu destaque para a excomunhão de todos que participaram do processo do aborto pelo arcebispo de Recife e Olinda, d. José Cardoso Sobrinho. Segundo o jornal, d. José, que não tem autoridade para realizar excomungações, "encontrou apoio no Vaticano."   Veja também: Lula critica excomunhão de médicos por aborto em menina  Igreja excomunga envolvidos em aborto de menina estuprada  Equipe médica excomungada diz que não está arrependida  Entenda o que dizem o Direito Canônico e o Código Penal  Opine: qual ética o médico deve seguir nestes casos?   Segundo o padre Gianfranco Grieco, da sede do Conselho Pontifício para a Família, entrevistado pelo jornal, "é muito, muito delicado, mas a Igreja nunca pode trair sua missão, que é defender a vida desde a concepção até à morte natural, mesmo em face de um drama humano tão forte como o da violência de uma criança."   O jornal também lembra outro caso semelhante, de uma menina de 11 anos em Iraí, a 480 de Porto Alegre, que está no sétimo mês de gravidez e era violentada por um parente próximo.   O espanhol El País publicou uma matéria mais longa sobre o assunto, destacando o confronto entre Estado e Igreja no caso. Segundo o jornal, "o episódio colocou o Estado e a Igreja Católica em lados opostos, em um país onde os papéis de ambos não costumam homogeneizar."   O El País colocou, do lado do Estado, as declarações do ministro José Gomes Temporão de quinta-feira, 5, em que ele se diz abalado e chocado com o episódio. Do lado da Igreja, o jornal reproduziu as declarações de d. José em defesa do Direito Canônico.   Já o jornal norte-americano The New York Times contou o caso sucintamente, falando menos aspecto religioso e dando destaque ao fato de que, segundo Fátima Maia, diretora do hospital onde o aborto foi realizado, "a gravidez representa um sério risco para a saúde da menina."

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