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Leishmaniose causa morte de bebê de 10 meses no interior de SP

Karoline Zolin Mattos manifestou sintomas da doença em Panorama e estava internada em Presidente Prudente

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Um bebê de 10 meses morreu após ser acometido pela leishmaniose visceral, nesta segunda-feira, 4, no Hospital Regional de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. A criança manifestou sintomas da doença em Panorama, cidade da região, e permaneceu 14 dias internada. De acordo com o hospital, a menina deu entrada no pronto-socorro da unidade no último dia 22 e, após ser diagnosticada com a forma visceral da leishmaniose, permaneceu sob cuidados intensivos da equipe médica.

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"Na data de hoje, 4, seu estado de saúde se agravou, evoluindo a óbito", informou, em nota, a unidade de saúde.

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O Hospital Regional de Presidente Prudente confirmou a morte nesta segunda-feira Foto: Assembleia Legislativa

De acordo com a família, que é moradora de Dracena, na Alta Paulista, a menina Karoline Zolin Mattos passava alguns dias na casa da avó, em Panorama, quando começou a passar mal. Levada para o hospital da cidade, os médicos suspeitaram de leishmaniose e providenciaram a transferência para o Regional de Presidente Prudente, que é referência para a região.

Nas duas cidades, a Vigilância Epidemiológica foi notificada para tomar medidas de bloqueio do caso. Agentes estão visitando as casas vizinhas da família, em Dracena, e da avó da criança, em Panorama, para aplicar inseticidas e retirar material que serve de abrigo para o mosquito palha, principal transmissor.

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A doença é causada por protozoários transmitidos pelo mosquito durante a picada. Se não controlada no início, a leishmaniose pode causar inchaço do fígado e do baço, afetando o sistema hematológico. O protozoário pode atingir a medula óssea e, se não tratada, a doença leva à morte em 90% dos casos. Os cães entram no processo de transmissão, pois, quando picados pelo mosquito, desenvolvem a doença e passam adiante. Como vivem próximos do homem, acabam sendo importantes agentes de transmissão nos locais em que há presença do mosquito.

Como não há vacina para imunizar humanos contra a doença, a prevenção se dá através do combate ao mosquito. Após a contaminação, o tratamento é feito com medicamentos. Conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado, o número de casos e de mortes diminuíram em São Paulo nos últimos anos. Foram 141 casos com 12 mortes em 2014, números que caíram para 125 casos e 10 mortes em 2015. No ano passado, foram 115 casos e nove mortes. A pasta ainda não dispõe dos dados deste ano.

Cerca de 90% dos casos de leishmaniose aconteceram nas regiões oeste e noroeste do Estado.

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