LHC começa a criar miniaturas dos primeiros instantes do Universo

Colisões entre íons de chumbo tiveram início no domingo e já trazem resultados

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Por Carlos Orsi
Atualização:

O Grande Colisor de Hádrons (LHC) iniciou no domingo as colisões de alta energia entre íons de chumbo - núcleos atômicos contendo 82 prótons - projetadas para gerar temperaturas milhares de vezes superiores às existentes no núcleo do Sol. O objetivo é partir os prótons e liberar as partículas que os constituem, produzindo o chamado plasma de quark e glúons. Esse, acreditam cientistas, era o estado em que a matéria se encontrava imediatamente após o Big Bang.

 

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Com o passar do tempo e o resfriamento e a expansão do Universo, o plasma teria se condensado para dar origem aos átomos que compõem a matéria visível que compõe estrelas, galáxias e planetas. 

 

A produção do plasma já havia sido anunciada, em fevereiro deste ano, por cientistas trabalhando com íons de ouro em outro acelerador, o Colisor Relativístico de Íons Pesados, ou Rhic, localizado no Laboratório Nacional de Brookhaven, nos EUA. O LHC fica na fronteira franco-suíça, e é controlado pela Organização europeia de Pesquisa Nuclear, o Cern.

 

Curiosamente, os resultados do Rhic mostram que as partículas no plasma se comportam como se ainda estivessem fracamente ligadas entre si, como num líquido - e não de forma independente, como num gás. O comportamento" gasoso" do plasma era uma previsão feita pela teoria.

 

Espera-se, agora, que o gás de quarks e glúons venha a ser observado nas temperaturas atingidas pelo LHC, que são de duas a três vezes maiores que os 4 bilhões de graus Celsius obtidos pelo Rhic.

 

Os cientistas do LHC também esperam conseguir acompanhar a evolução do plasma de quarks e glúons à medida que a nuvem de partículas gerada pela colisão dos núcleos se expande e se resfria, dando origem a formas mais comuns de matéria.

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