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LHC produz novas informações sobre a matéria na origem do Universo

Pela primeira vez, é detectado um efeito ligado à interação do plasma de quarks e glúons

Por EFE
Atualização:

Os experimentos do acelerador de partículas LHC, do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), já descobriram novas informações sobre o tipo de matéria presente logo após a origem do Universo.

 

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"Menos de três semanas após ter iniciado os experimentos que estudam as colisões de íons de chumbo no Grande Colisor de Hádrons, já foram registrados novos descobrimentos", destacou o Cern nesta sexta-feira.

 

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O resultado prévio aponta novos detalhes sobre como seria a matéria nos momentos após a origem do Universo.

 

A compilação de informações obtidas a partir das colisões de íons de chumbo continuará até o próximo dia 6 de dezembro, momento em que o acelerador - uma enorme circunferência subterrânea de 27 quilômetros sob a fronteira franco-suíça - realizará uma pausa técnica para manutenção, antes de retomar o experimento em fevereiro de 2011.

 

O mais recente desenvolvimento foi a observação de um fenômeno chamado "abafamento de jato", detectado pelos instrumentos Atlas e CMS. Os resultados do Atlas já foram aceitos para publicação na revista Physical Review Letters.

 

Um dos principais objetivos das colisões entre íons de chumbo é criar matéria da forma como deveria existir no nascimento do Universo. Naquela época, a matéria não se encontrava organizada em núcleos e átomos como hoje. Em vez disso, as partículas eram livres, no que os pesquisadores chamam de plasma de quarks e glúons.

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Quando os íons colidem no LHC, eles concentram energia suficiente, num espaço suficientemente pequeno, para produzir pequenas gotas desse plasma.

 

Os experimentos Atlas e CMS se valem da força de seus detectores, capazes de  medir energia com grande precisão. Isso permite que meçam os jatos de partículas que emergem das colisões. Os jatos são formados de quarks e glúons e voam para longe dos pontos de impacto.

 

Quando ocorrem colisões entre prótons livres, os jatos geralmente aparecem em pares, emergindo em direções opostas. Quando há colisões de íons, no entanto, os jatos interagem com o meio quente e denso gerado no impacto. Isso leva a um sinal característico, chamado abafamento de jato, no qual a energia dos jatos pode ser drasticamente reduzida.

 

"O Atlas é o primeiro experimento a informar uma observação direta de abafamento de jato", disse a porta-voz do experimento, Fabiola Gianotti.

 

Segundo o Cern, essa observação abre uma nova era do uso dos jatos para sondar o plasma de quarks e glúons.

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