O único porco conhecido do Afeganistão foi trancado em um quarto, longe dos visitantes do zoológico de Cabul, onde ele normalmente se alimenta ao lado de cervos e cabras, porque as pessoas temem que ele possa infectá-las com o vírus da doença que ficou conhecida como gripe suína.
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O porco é uma curiosidade no Afeganistão, um país de maioria muçulmana onde carne de porco e derivados são ilegais, por serem considerados contrários à religião, e está de quarentena desde domingo, depois que visitantes expressaram o temor de que ele pudesse espalhar a Noca cepa de gripe.
"Por enquanto o porco está de quarentena, construímos para ele um quarto por causa da influenza suína", disse o diretor do zoo de Cabul, Aziz Gul Saqib. "Fizemos isso porque as pessoas estão com medo de pegar a gripe".
No mundo, mais de mil pessoas foram infectadas pela doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabiliza 30 mortes. Todas as mortes, menos duas, ocorreram no México.
Não há criações de porcos no Afeganistão, e nem voos comerciais regulares entre Cabul e o México.
"Entendemos isso, mas a maioria das pessoas não tem conhecimento suficiente. quando veem o porco na jaula ficam preocupadas e e acham que podem ficar doentes", disse Saqib.
Pobre e desolado, o zoo de Cabul é muito diferente dos zoológicos do mundo desenvolvido. Mas, ainda assim, mostra-se recuperado desde que sofreu na frente de batalha da guerra civil afegã, de 1992 a 1994.
Na época, combatentes comeram os cervos e coelhos, e mataram a tiros o único elefante. Bombas acabaram com o aquário.
Um combatente entrou na jaula do leão mas foi morto no mesmo instante pelo felino Marjan, o morador mais famoso do zoo. O irmão do homem voltou no dia seguinte e jogou uma granada na jaula, deixando o leão cego e desdentado. Marjan morreu de velhice em 2002.