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Ministro diz apoiar permanência de médicos estrangeiros por mais 3 anos

Proposta está em debate no Senado; profissionais de fora representam cerca de 75% do total que trabalha no Mais Médicos

Por Ligia Formenti
Atualização:
18.240 profissionais trabalham no programa Mais Médicos Foto: SÉRGIOI CASTRO/ESTADÃO

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou, nesta terça-feira, 5, ser favorável à prorrogação do prazo de permanência de profissionais estrangeiros no Mais Médicos por mais três anos. A proposta, que integra uma das últimas medidas provisórias publicadas pela presidente Dilma Rousseff antes de seu afastamento no processo de impeachment, tinha como objetivo acalmar os ânimos de prefeitos, satisfeitos com a atuação de médicos vindos do exterior, em sua maioria, cubanos.

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A MP que estabelece a mudança, de número 723, está em debate no Senado. Atualmente médicos estrangeiros representam cerca de 75% dos 18.240 profissionais que trabalham no programa. Caso a prorrogação não seja acatada, a estimativa é de que pelo menos 7 mil profissionais contratados de forma temporária tenham de deixar seus postos de atuação - boa parte deles, em locais onde médicos brasileiros não estão interessados em atuar. Esse é o grupo que já completou 3 anos de atuação no programa.

Nesta terça, Barros foi ao Senado para manifestar apoio à MP. “Gostamos da proposta da forma como ela foi apresentada, sem alterações.”

Atualmente existem cerca de 12 mil médicos estrangeiros trabalhando no País. A aprovação da MP, na prática, congela vagas atualmente ocupadas por profissionais estrangeiros, dando menos espaço para médicos formados no Brasil. Assim que assumiu o posto, Barros adotou um discurso de que a preferência no programa seria dada para profissionais formados no Brasil - um tom que agradou em cheio associações de Medicina, que sempre foram contrárias à participação de médicos estrangeiros no programa.

O discurso adotado nesta terça, no entanto, acalma os ânimos de outro público, considerado essencial para a manutenção do prestígio político: prefeitos.

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