Morre Hermann Schatzmayr, virologista que combateu pólio e dengue no Brasil

Schatzmayr trabalhou na erradicação da varíola e presidiu a Fundação Oswaldo Cruz na década de 90

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Por Redação
Atualização:

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informa que morreu o virologista Hermann Gonçalves Schatzmayr, aos 75 anos. Hermann estudou a pandemia de gripe de 1957-1958 no Rio de Janeiro e participou dos esforços de erradicação da varíola e de combate à poliomielite no País. Também foi o responsável pelo isolamento dos vírus do dengue 1, 2 e 3 no Brasil. Hermann morreu por falência múltipla dos órgãos, no Rio de Janeiro.Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz por quase meio século, Hermann ingressou na Fiocruz em 1961, onde atuou desde então, afastando-se apenas durante períodos no exterior para estudos. Por 30 anos esteve à frente do Departamento de Virologia no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que deu origem a diversos centros de referência nacionais e internacionais.

 

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Ocupou o cargo de presidente da instituição entre 1990 e 1992. Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e da Academia Brasileira de Ciências, integrou vários comitês internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 1961, passou a integrar a equipe do recém-montado Laboratório de Poliomielite do Instituto Oswaldo Cruz, em Manguninhos. Na época único pesquisador da área de virologia na instituição, desenvolvia pesquisas que incluíam o isolamento e identificação do vírus da pólio e o estudo de surtos.

 

Pouco depois, liderou a equipe responsável pela diluição e distribuição da vacina Sabin - que acabara de ser adotada pelo Brasil e era importada na forma concentrada para o País.

 

Durante três décadas, atuou como coordenador da área de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz e esteve à frente de projetos de pesquisas relacionados, além de poliomielite, varíola e rubéola, entre outros vírus. 

Na década de 80, quando a epidemia de dengue já preocupava em alguns países da América Latina, dedicou-se ao estudo do vírus, isolando pela primeira os tipos 1, 2 e 3.

 

Nesta época já contava com o companheirismo, também no laboratório, da esposa Ortrud Monika Barth, pesquisadora da Fiocruz, com quem foi casado durante 49 anos.

 

Hermann Schatzmayr deixa esposa, dois filhos, cinco netos.

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