MP investiga eficiência do 'Aedes' transgênico em Piracicaba

Projeto foi iniciado em abril de 2015 e, desde então, são soltos 800 mil mosquitos por semana

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:
Mosquitos geneticamente nodificados são soltos para controlar população do inseto Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

SOROCABA - A promotoria de Piracicaba do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito para investigar a eficiência do Aedes aegypti geneticamente modificado no controle do transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus na cidade do interior paulista. O MP acatou representação de ativistas e pesquisadores alegando que os dados divulgados pela prefeitura e pela empresa Oxitec sobre os resultados da soltura de mosquitos num bairro da cidade são imprecisos.

PUBLICIDADE

A promotora Maria Cristina Marton Correa Seifarth, de Defesa do Meio Ambiente, expediu ofícios solicitando informações à prefeitura e à empresa. No fim de janeiro, com base em dados da Oxitec, a prefeitura divulgou que a dispersão do mosquito transgênico - o 'Aedes do bem' - reduziu em 92% a presença de potenciais transmissores no bairro Cecap/Eldorado. O projeto foi iniciado em abril de 2015 e, desde então, são soltos 800 mil mosquitos por semana na região tratada. Diante do resultado, a prefeitura anunciou a expansão do programa para a região central da cidade.

De acordo com a representação, a epidemia de zika vírus é um componente novo que não foi estudado no início do projeto - a cidade tem 47 casos suspeitos de infecção pelo vírus e outros dois confirmados, em gestantes. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre prefeitura, empresa e MP não autorizava a extensão do projeto a outras regiões da cidade. De acordo com a promotora, o TAC continua em vigor.

Até a conclusão do inquérito, a soltura do mosquito em outras áreas da cidade fica embargada. A prefeitura informou que vai prestar as informações solicitadas pelo MP. Em nota, a Oxitec informou que até a tarde desta terça-feira, 16, não havia recebido qualquer questionamento da prefeitura ou do MP.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.