Muçulmanos e católicos se unem contra o uso de anticoncepcionais nas Filipinas

Grupos rejeitam planejamento familiar e acham que Estado deveria investir em 'projetos importantes'

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Por Redação
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MANILA - Muçulmanos e católicos das Filipinas formaram nesta sexta-feira, 1º, uma frente comum contra o presidente, Benigno Aquino, que anunciou nesta semana que promoveria o uso de anticoncepcionais entre a população mais pobre. O Conselho de Imames (autoridades religiosas islâmicas) do país respaldou a Igreja Católica em sua rejeição aos planos governamentais de planejamento familiar e afirmou que o Estado deveria gastar dinheiro em projetos mais importantes que os anticoncepcionais, segundo informações divulgadas pela emissora de televisão Inquirer. A Conferência Episcopal anunciou nesta semana que os bispos não ficarão parados caso Aquino siga adiante com seus planos, e apoiarão as manifestações de protesto que venham a ser realizadas. Porém, após assegurar em entrevista radiofônica na última quinta que a sanção canônica era "uma possibilidade", o bispo Nereo Odchimar negou nesta sexta ter ameaçado excomungar o líder filipino. "Embora o sentimento majoritário entre os bispos seja de consternação e frustração pelas intenções do presidente sobre os contraceptivos artificiais, não cogitamos essa sanção", afirmou. Aquino defendeu esta semana, durante viagem aos Estados Unidos, o direito de cada família decidir o número de filhos que tem, e mostrou apoio à possibilidade de o governo oferecer meios para isso. A Igreja vinculou esse anúncio com os US$ 434 milhões que os EUA concederam às Filipinas como ajuda para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entre os quais está a redução da pobreza. O clero das Filipinas, país com 80% de católicos entre os 94 milhões de habitantes, opôs-se várias vezes a qualquer iniciativa parlamentar para o controle artificial da natalidade e a contenção da rápida expansão da população. O Escritório Nacional de Estatística calcula que cerca de 103 milhões de pessoas viverão nas Filipinas em 2015, enquanto há 50 anos eram 27 milhões.

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