O modelo mais popular usado pelos geneticistas nos últimos 35 anos para estudar a evolução humana pode ter deixado passar mudanças mais sutis e comuns, ponta um novo estudo internacional.
Mudanças seletivas clássicas, quando uma mutação genética benéfica se espalha rapidamente entre a população humana, são apontadas como o principal fator que impulsionou da evolução humana. Mas uma nova análise computacional, publicada no nesta sexta-feira, 18, na revista Science, revela que esses acontecimentos podem ter sido raros, com pouca influência sobre a história da nossa espécie.
Ao examinar as sequências de cerca de 200 genomas humanos, a pesquisa, liderada por Ryan Hernandez, PhD e professor assistente de Bioengenharia e Ciências Terapêutica da Universidade da Califórnia em San Francisco, descobriu novas evidências que argumentam contra as mudanças seletivas como o modo dominante de adaptação humana.
O estudo sugere que pequenas alterações em múltiplos genes podem ter sido o principal condutor das mudanças nos fenótipos humanos e que novos modelos são necessários para refazer os passos da evolução genética.
Segundo o modelo clássico de mudança seletiva, um gene novo e vantajoso aparece e rapidamente se espalha pela população. Devido ao seu rápido crescimento, o gene se torna fixo no genoma com menor variação do que um gene que se espalha mais lentamente e que estava sujeito aos efeitos de recombinação.