Museu da USP expõe crânio de dinossauro brasileiro

Exposição abre para o público nesta terça-feira, 8; crânio é o mais completo crânio já encontrado no mundo

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Por Redação
Atualização:

O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) vai expor o crânio de 120 milhões de anos de um titanossauro, descoberto em 2008 no município de Coração de Jesus, Minas Gerais. Provisoriamente chamado de Tapuiassauro - referência a "tapuia", como eram conhecidos em tupi os índios do interior do País -, o fóssil é considerado o mais completo crânio de titanossauro já encontrado no mundo.

 

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A exposição Cabeça Dinossauro - O Novo Titã Brasileiro abre nesta terça-feira, 8, e segue até 31 de agosto. Após o fim da mostra será exposta uma réplica do crânio feita em resina.

 

O Estado acompanhou o processo de escavação com exclusividade desde o início de 2009 e, em setembro do ano passado, publicou um caderno especial com toda a história da descoberta. Parte do material publicado pelo jornal, como as fotos, também estará exposto no museu.

 

De acordo com os paleontólogos, o fóssil do Tapuiassauro - o nome oficial só vai ser dado após a publicação da pesquisa em uma revista científica internacional - tem 98% de sua estrutura preservada. Além dele, existem apenas dois titanossauros, grupo de répteis quadrúpedes do período Cretáceo, com crânios conhecidos: um na Mongólia e outro em Madagáscar.

 

A exposição tem curadoria dos pesquisadores Hussam Zaher, Alberto Carvalho e Maria Isabel Lamdim e é dividida basicamente em três alas diferenciadas.

 

  No hall de entrada, o visitante já encontra o protagonista do passeio: o crânio do Tapuiassauro estará, com outros ossos originais, exposto abaixo de uma réplica de 13 metros de comprimento e aproximadamente 4 metros de altura do dinossauro. Os fósseis originais não são utilizados na montagem porque precisam ser reparados e também preservados para estudo.   Junto ao esqueleto do titanossauro serão expostos também textos introdutórios sobre o que é um dinossauro quais as diferenças em relação a outras espécies.   Além do hall de entrada, a exposição ainda conta com mais duas alas. No lado esquerdo, o visitante encontrará informações sobre o trabalho do paleontólogo e sobre os "bastidores" das escavações, mostrando como é feita a coleta das peças, os cuidados que devem ser tomados para não invalidar os fósseis e o processo para identificar a idade dos achados.   Há também, nessa ala, uma série de informações e vídeos sobre o local onde foi encontrado o crânio e sobre as pessoas que residem no entorno do terreno em Coração de Jesus.   Acervo do museu. Além do crânio, o visitante poderá ver peças do acervo do próprio museu, como fósseis originais de peixes e crocodilos contemporâneos ao titanossauro. Tudo isso fica na ala direita da exposição, onde os interessados vão descobrir como era a vida no Cretáceo e entender exatamente como vivia o Tapuiassauro.   A separação dos continentes e a extinção dos dinossauros também são temas tratados nessa parte da exposição. A ideia dos organizadores é também conscientizar o público sobre a extinção pela qual o planeta passa no momento, divulgando informações sobre o risco do desaparecimento de algumas espécies ameaçadas - como a ararinha-azul, por exemplo.

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