Três em cada dez estudantes de universidades federais brasileiras (30,45%) já buscaram atendimento psicológico ao menos uma vez na vida. Desses, 6,86% frequentaram o serviço nos últimos 12 meses e 4,73% estão sob acompanhamento.
Os dados são de um amplo levantamento divulgado em 2016 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), feito por meio de entrevistas e questionários com 939,6 mil alunos de todo o País.
O estudo aponta que as mulheres procuraram mais o serviço do que os homens – 33,8% disseram ter buscado atendimento psicológico, ante 26,69% no público masculino. O levantamento apontou ainda que 8,9% já tomaram alguma medicação psiquiátrica.
A busca por tratamento pode evitar que o aluno abandone o curso. É o que aponta outro estudo, também de 2016, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que analisou o perfil de 1.237 pacientes que passaram pelo atendimento psicológico e psiquiátrico para alunos da instituição, o Sappe.
“Já sabíamos que transtornos mentais têm impacto negativo no desempenho acadêmico. Mas agora identificamos que, embora o aluno que busca ajuda demore mais para concluir o curso, as chances de evasão são menores até mesmo em relação à população em geral”, diz a coordenadora do serviço, Tania Maron, que também foi co-orientadora do estudo.
A taxa de conclusão de curso foi maior entre os atendidos (67,3%, ante 59,9%), com menor evasão. Já o coeficiente médio de rendimento (CR) foi considerado inferior.