PUBLICIDADE

Nigéria confirma novo caso de Ebola no país

Assim como os outros oito infectados, vítima tratou de paciente morto em julho; Espanha vai importar medicamento experimental

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

ABUJA - O Ministro da Saúde da Nigéria, Onyebuchi Chukwu, confirmou nesta segunda-feira, 11, mais um caso de vítima do vírus Ebola. Trata-se de uma enfermeira que estava tratando o liberiano Patrick Sawyer, que voou para o país com a doença e morreu no mês passado. O teste, que apresentou positivo para o vírus Ebola, foi realizado no fim de semana, afirmou o ministro na capital Abuja. A pior epidemia de Ebola na história já matou 961 pessoas na Guiné, na Libéria, na Serra Leoa e na Nigéria.

PUBLICIDADE

O caso eleva o número total de confirmados de Ebola na Nigéria para dez, incluindo duas pessoas que já morreram, Sawyer e outra enfermeira. Os outros oito casos estão sendo tratados isoladamente em Lagos. Todos os nove nigerianos foram infectados por contato direto com Sawyer, afirmou Chukwu.

Autoridades de saúde da Nigéria estão trabalhando para evitar que o Ebola se espalhe para outras pessoas que tiveram contato com Sawyer. De acordo com o ministro, 177 pessoas tiveram contatos primários e secundários com Sawyer sob vigilância.

Especialistas em doenças infecciosas se desinfetam durante uma demonstração na enfermaria de um hospital em Berlim, na Alemanha, nesta segunda-feira, 11 Foto: Tim Brakemeier/DPA/AFP

Costa do Marfim. Outro país da África que aumentou a vigilância é a Costa do Marfim, que proibiu voos vindos dos países afetados. Estão suspensos os voos da transportadora nacional para locais de risco e de outras empresas da África Ocidental para Abidjan. Até agora, nenhum caso foi relatado no país, que desde o final de março tomou medidas para evitar qualquer contágio. 

A empresa Barry Callebaut, maior fabricante de chocolate do mundo, confirmou nesta segunda-feira o cancelamento da reunião anual de gerentes, que seria realizada na Costa do Marfim, por causa da preocupação com a propagação do vírus. Não foram relatados casos suspeitos na Costa do Marfim - potência econômica da região e maior produtora de cacau do mundo.

Medicamento experimental. Na Europa, autoridades espanholas confirmaram nesta segunda-feira a importação de medicina experimental fabricada nos Estados Unidos para tratar um missionário espanhol que foi evacuado da Libéria na semana passada, depois de testar positivo para Ebola.

O Ministério da Saúde disse em um comunicado obtido em Genebra no fim de semana, que a droga ZMapp, feito pela Biofarmacêutica Inc., com sede em San Diego, foi transportada para Madri para tentar curar Miguel Pajares. O sacerdote de 75 anos está internado no Hospital Carlos III. Ainda não é conhecida uma forma de curar um paciente com Ebola. Apesar da declaração, a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Gregory Hartl, disse que a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) não ajudou a Espanha a conseguir a droga experimental. 

Publicidade

A Espanha disse que obteve autorização do tratamento de laboratório em desenvolvimento, em virtude de um acordo entre a OMS e a Médicos Sem Fronteiras, importando a droga a partir de Genebra. O ministério disse que a Espanha solicitou a droga sob uma lei que permite o uso de drogas não autorizadas em pacientes que sofrem de uma doença mortal que não pode ser tratada de forma satisfatória por qualquer medicamento licenciado. 

Dois americanos diagnosticados com a doença na Libéria estão sendo tratados com medicamentos experimentais, e, segundo comunicado, estão melhorando. Um deles, o Dr. Kent Brantly, disse na semana passada que a sua condição está melhorando, assim como o marido de uma trabalhadora humanitária que foi infectado. Ambos estão em isolamento em um hospital de Atlanta.

Debate. Na sede da OMS, em Genebra, será realizada nesta segunda-feira uma teleconferência com especialistas com foco em questões de ética médica para definir uma posição sobre campanhas urgentes para o uso de drogas experimentais para tentar salvar o doente. "É ético usar medicamentos não aprovados e, se for o caso, qual o critério que deve definir as condições para o tratamento e o que deve ser tratado?" Estas são algumas das questões que estão sendo discutidas nesse encontro, disse Marie-Paule Kieny, diretor-assistente-geral da OMS. Ela também destaca a questão de um possível uso de prevenção para a equipe médica. 

O encontro convocado com urgência seguirá com uma reunião mais ampla, que explorará as diferentes faixas de tratamento que estão atualmente sob investigação e os meios para acelerar o desenvolvimento, disse Marie-Paule. A OMS descreveu o surto de Ebola como de emergência de saúde internacional. O surto surgiu na Guiné em março e se espalhou para Libéria, Serra Leoa e Nigéria. A OMS pediu a países de todo o mundo para doarem recursos para lidar com a doença. 

 

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Pelo menos um país da África Ocidental manifestou interesse em medicina experimental. O Ministro da Saúde da Nigéria, Onyenbuchi Chukwu, disse na semana passada que havia pedido as autoridades de saúde dos Estados Unidos sobre o acesso, mas foi informado de que o fabricante teria que concordar.

Como o ZMapp nunca foi testado em humanos, os cientistas dizem que não há maneira de saber como o paciente reagirá. A droga é uma mistura de três anticorpos manipulados para reconhecer e ligar-se às células infectadas pelo Ebola para o sistema imunológico matar as células. Vários meses são necessários para produzir uma pequena quantidade da droga.

Na África Oriental, o governo de Ruanda anunciou no domingo, 10, que colocou em isolamento um estudante alemão hospitalizado em Kigali, que tem sintomas do vírus. Os resultados dos testes realizados estarão disponíveis em 48 horas. Até o momento, a epidemia, que é transmitida por contato direto com sangue e fluídos corporais de seres humanos e animais infectados, deixou 961 mortos e 1,7 mil casos confirmados, prováveis ou suspeitos nos quatro países afetados, segundo a OMS./AP, AFP E REUTERS

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.