OMS decide parar de contar casos de gripe suína no mundo

Agência priorizará monitoramento de novos países atingidos pela epidemia e padrões de agravamento da doença

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Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira, 17, que a pandemia de gripe suína está se espalhando pelo globo numa velocidade "sem precedentes" e decidiu parar de divulgar contagens de casos confirmados e países afetados pela doença.

 

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Em comunicado divulgado em sua página na internet, a entidade informa que passará a concentrar sua atenção nas atualizações de informações de países afetados recentemente para acompanhar a disseminação do vírus A H1N1 pelo mundo, segundo a agência Dow Jones. A pandemia de gripe "disseminou-se numa velocidade sem precedentes", enfatizou a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

"Nas pandemias do passado, os vírus de influenza precisaram de mais de seis meses para se espalharem tanto quanto o vírus A H1N1 se disseminou nas últimas seis semanas", compara a OMS em seu comunicado.

 

De acordo com a entidade, a contagem de casos individuais não é mais essencial para avaliar o risco representado pela gripe suína e o foco passará a ser os novos países atingidos pela enfermidade.

 

"A OMS continuará solicitando que esses países reportem os primeiros casos confirmados e, no prazo mais rápido possível, forneçam semanalmente os números e a epidemiologia descritiva dos primeiros casos", prossegue a nota.

 

Ainda assim, a OMS pede a todos os países que "monitorem de perto acontecimentos incomuns", como a eclosão de infecções graves ou fatais ou desvios de padrão que possam ser associados a um eventual agravamento da doença.

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Em muitos países, as pesquisas e os exames laboratoriais absorvem recursos em excesso, deixando os sistemas de saúde com menos capacidade de monitoramento de casos graves ou de acontecimentos excepcionais que poderiam indicar um aumento da virulência ou mutações no vírus da gripe.

 

"Por todas essas razões, a OMS não irá mais divulgar tabelas globais com os números de casos confirmados em todos os países", justifica a entidade no comunicado.

 

Em seu último boletim, divulgado na semana passada, a OMS informava pouco menos de 95.000 casos da doença no mundo, com 429 mortes. Mas a cifra está bastante desatualizada. Somente a Grã-Bretanha calcula que 55.000 novos casos da doença tenham surgido em seu território na última semana.

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