OMS reafirma que consumo de carne de porco cozida é seguro

Perigo, se houver, é para trabalhador que lida com a criação e o sacrifício dos animal, antes do processamento

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Por Redação
Atualização:

O consumo de carne de porco e derivados não expõe, sob nenhuma circunstância, o consumidor a contrair o vírus da gripe suína,  disse o especialista em segurança alimentar da Organização Mundial de Saúde (OMS), Peter Ben Embarek.

 

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Embarek insistiu em que está totalmente comprovado que a carne cozida "desativa os vírus, particularmente os da gripe", enquanto que no caso dos embutidos e presuntos, por exemplo, o método e o período necessários para o processamento desses produtos elimina qualquer risco.

 

No entanto, o especialista em segurança alimentar reconheceu que "ainda não se sabe com certeza" se o consumo de carne de porco crua, praticado por alguns "grupos étnicos específicos", possa transmitir o vírus. Embarek lembrou que, durante o período da epidemia de gripe aviária, foi descoberta a presença do vírus em patê de pato e de frango, "de modo que, em teoria, seria possível" encontrar o micro-organismo causado da gripe na carne de porco.

 

O especialista defendeu que "o importante é identificar a doença no animal vivo e aplicar as medidas de vigilância e controle frequentes antes de enviar os porcos ao matadouro". O membro da OMS lembrou que, usualmente, os animais que serão sacrificados "são examinados por um veterinário que concede um certificado de boa saúde".

 

O vírus circula entre os seres humanos e o único caso em porcos ocorreu no Canadá, onde um granjeiro contaminou um grupo destes animais.

 

Embareck explicou que os que correm risco no caso de encontrarem um animal doente são os que lidam com sua criação e seu sacrifício, devido ao contato próximo e à manipulação de sangue e outros fluidos corporais.

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"Para o consumidor, não há risco. O risco está em outros vírus ou bactérias possivelmente presentes no porco, como a salmonela, que é causadora de infecções em milhares de pessoas", diz o especialista.

"No dia a dia, enfrentamos outros vírus que podem ser mais graves (do que o da gripe), mas todos são controláveis por meio de medidas de higiene", explicou Embarek.

 

Nota conjunta

 

Também nesta quinta-feira, 7, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a OMS e a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) reeditaram um comunicado conjunto publicado originalmente no dia 30 de abril. De acordo com o comunicado conjunto, pelo que se sabe, o vírus da doença não é transmitido para pessoas através do consumo de carne suína processada e outros produtos alimentícios derivados de carne de porco.

 

Segundo o comunicado, tratamentos de aquecimento comumente utilizados no cozimento de carnes (a 70 graus Celsius, por exemplo) inativam qualquer vírus potencialmente presente em produtos de carne in natura.

 

Carne suína e derivados, desde que tratados de acordo com boas práticas de higiene recomendadas pela OMS, Comissão Codex Alimentarius (CCA), não são uma fonte de infecção, diz o texto, que a faz a ressalva de que a carne de porcos doentes ou encontrados mortos não deve ser processada ou utilizada no consumo humano sob nenhuma circunstância.

 

Cautela

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Tanto as declarações de Embarek quanto a reedição da nota conjunta parecem ter como objetivo suavizar o impacto de declarações dadas por uma autoridade da OMS na quarta-feira, 6, à agência de notícias britânica Reuters, pedindo cuidado na manipulação da carne crua de porcos contaminados pelo vírus. As declarações foram interpretadas, então, como mais cautelosas que as recomendações da FAO e da OIE.

 

 

"A carne de porcos doentes e de porcos achados mortos não deve ser processada ou usada para o consumo humano sob quaisquer circunstâncias", havia dito Jorgen Schlundt, diretor do Departamento de Segurança Alimentar, Zoonoses e Doenças de Origem Alimentar da OMS, em entrevista por e-mail à Reuters.

 

Ele afirmara que "não há dados disponíveis sobre a sobrevivência do A(H1N1) na carne, nem qualquer dado sobre a dose infecciosa para pessoas". Por isso, recomendou cautela.

 

 "A probabilidade dos vírus da 'influenza' estarem no sangue de um animal infectado depende do vírus específico. Sangue (e carne) de porcos infectados pelo 'influenza' H1N1 podem potencialmente conter o vírus, mas, no momento, isso não foi estabelecido", disse.

 

(com EFE e Reuters)

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