A Organização Mundial da Saúde (OMS) qualificou nesta quinta-feira, 14, de "irresponsáveis", "historicamente inexatas" e "cientificamente incorretas" as acusações de que a pandemia de gripe A foi forjada ou de que a instituição exagerou sua gravidade.
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O responsável da luta contra a gripe A na OMS, Keiji Fukuda, disse que tais alegações também são "desrespeitosas" diante de quadros severos dessa infecção e, sobretudo , frente às 13 mil pessoas mortas por causa da doença.
Em entrevista coletiva, o especialista disse categoricamente que o mundo "está de fato diante de uma pandemia", definida mais pela extensão geográfica do que pelo nível de severidade, segundo reconheceu.
Fukuda lembrou que a declaração de pandemia por parte da OMS acompanhou a rápida propagação do novo vírus, que em abril passado foi detectado em dez países e territórios, passando para 74 em junho e para 120 em julho.
"Não vamos brincar com as palavras. O novo vírus da gripe surgiu na América do Norte, matou diretamente 13 mil pessoas, embora quando se conta mais adiante com estimativas mais precisas seguramente veremos que o número de vítimas é superior", disse.
Fukuda negou igualmente que a OMS tenha mudado a definição da pandemia para fazer parecer que a propagação do vírus H1N1 correspondia a tal fenômeno.
O representante da OMS também rejeitou as acusações contra o organismo por supostamente ter exagerado ou superestimado a gravidade da pandemia, e ressaltou que "desde o início, a OMS disse que podia ser de moderada a severa", algo sobre o que havia incerteza total nesse momento.
"Nós atuamos com equilíbrio e responsabilidade na informação que compartilhamos com o público. Não subestimamos nem superestimamos nossa avaliação, justamente para reduzir a confusão", insistiu.
Ele explicou que nas análises prevaleceu o "princípio da precaução", ou seja "preparar-se para o pior e esperar que ocorra o melhor".
Fukuda também negou plenamente as insinuações e acusações diretas sobre conivência com a indústria farmacêutica, para que esta pudesse vender mais vacinas e remédios para combater a gripe A.
Ele disse que a OMS manteve contato com as farmacêuticas e laboratórios para garantir que estes uniriam esforços na luta contra a pandemia, mas que "em nenhum caso fomos influenciados por interesses comerciais".