OMS vai rever tratamento dado à pandemia de gripe H1N1

PUBLICIDADE

Por JONATHAN LYNN
Atualização:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai reavaliar o tratamento dado à pandemia de H1N1, disse a agência na terça-feira, após críticas de que ela teria exagerado os perigos do vírus por pressão de empresas farmacêuticas. A agência de saúde da ONU vai rever o tratamento dado à gripe suína porque a pandemia diminuiu, disse à imprensa uma porta-voz da organização, Fadela Chaib. "As críticas fazem parte normal de um ciclo de epidemia. Esperamos e saudamos as críticas e a oportunidade de discuti-las", disse ela, acrescentando que a revisão da OMS vai incluir especialistas de fora da agência e que os resultados serão levados a público. Mas ela disse que ainda é cedo para dizer quando a avaliação será feita ou quais especialistas participarão dela. Na queixa mais recente à maneira como as autoridades vêm tratando a epidemia, o Conselho da Europa, um fórum político da maioria dos países europeus, deve determinar se as empresas farmacêuticas influenciaram as autoridades de saúde pública no sentido de gastarem desnecessariamente para formar estoques de vacinas contra a H1N1. Chaib disse que a OMS leva a sério seu trabalho de dar aconselhamento independente a seus 193 países-membros e que se protege contra a influência de interesses econômicos. Vários países estão reduzindo seus pedidos de vacina contra a H1N1, à medida em que fica claro que a epidemia, declarada pandemia global pela OMS em junho, não é tão grave quanto se temeu inicialmente. Os governos poderão fazer perguntas à OMS sobre o H1N1 em uma reunião dos 34 membros de seu conselho de direção, que terá lugar na próxima semana. O especialista principal em gripe da OMS, Keiji Fukuda, vai discursar ao conselho em 18 de janeiro sobre os fatos mais recentes na pior pandemia de gripe em mais de 40 anos. A OMS disse que os países em desenvolvimento ainda não têm acesso adequado a antivirais e vacinas, apesar de terem recebido doações de países industrializados e fabricantes de vacinas. Na semana passada, a OMS entregou vacinas anti-H1N1 doadas à Mongólia e ao Azerbaijão, os primeiros de 95 países em desenvolvimento e de renda média programados para recebê-los. O objetivo da organização é suprir esses países de vacinas suficientes para 10 por cento de suas populações, sendo os trabalhadores da área da saúde os primeiros que devem ser vacinados. A OMS disse na semana passada que os países do hemisfério sul atingidos pela H1N1 no ano passado agora estão amplamente protegidos contra novas infecções e que os níveis da doença estão diminuindo em boa parte do hemisfério norte, incluindo a América do Norte, onde a gripe apareceu primeiro, em abril do ano passado. De acordo com os casos confirmados por laboratórios, a gripe suína já matou pelo menos 12.779 pessoas, mas, para a OMS, o número real de vítimas é muito maior e levará vários anos para ser determinado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.