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Opas alerta para a presença de Aedes em regiões mais frias do Uruguai

“O mosquito é dependente do nível de temperatura. Então, devido à mudança climática que atinge o mundo, lugares onde antes ele não chegava por causa das baixas temperaturas, começam a ser habitados por eles com o aquecimento”, disse representante da Opas no Uruguai

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Por Redação
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O mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da zika, dengue, chikungunya e febre amarela, já está infestando áreas onde antes não era propensas para ele, como as regiões mais frias do Uruguai. É o que informou nesta sexta-feira (2) o representante da Organização Panamericana de Saúde (Opas) no país, Giovanni Escalante. Para ele, isso se dá por causa do aumento da temperatura provocado pelas mudanças climáticas.

O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor da zika, da dengue e da chikungunya Foto: USDA/Divulgação

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“O mosquito é dependente do nível de temperatura. Então, devido à mudança climática que atinge o mundo, lugares onde antes ele não chegava por causa das baixas temperaturas, começam a ser habitados por eles com o aquecimento”, disse.

“O vetor está descendo e começando a migrar do norte para o sul, a zonas temperadas como é o caso do Uruguai”, complementou. Escalante participou da abertura de uma jornada de atualização sobre o vírus zika no hospital Pereira Rosell, na capital uruguaia, para informar equipes da área de saúde sobre possíveis casos.

Em outubro, o país detectou quatro casos de zika e dois de dengue em estrangeiros que visitaram o país. Os pacientes com zika eram homens que viajavam a partir da América Central e os com dengue eram da Ásia. Entre fevereiro e abril deste ano o país teve um surto de dengue autóctone com 26 casos, a maioria em Montevidéu. Ainda não houve nenhum caso local de zika nem de chikungunya.

O ano passado foi o mais quente já registrado na história, de acordo com análise das agências americanas espacial (Nasa) e de oceanos e atmosfera (Noaa) e a expectativa é que 2016 vai bater um novo recorde.

Brasil. Estudos divulgados no começo do ano, no auge da epidemia de zika, mostraram como o Aedes mais que quadruplicou sua área de ocorrência no Brasil em 10 anos e uma das possibilidades para isso é que áreas onde antes não ocorria o mosquito agora tem.

“O que temos notado é que a dengue tem ido para áreas que eram mais frias, como o Sul do País, onde as temperaturas têm subido. Lá o mosquito tem vida mais curta, mas já temos visto surtos”, disse Christovam Barcellos, da Fiocruz, ao Estado no início do ano (leia aqui a matéria). 

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“É uma questão de bom senso. Temperaturas mais altas e chuva são condições apropriadas para o mosquito se estabelecer”, explicou na época a bióloga Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. / COM EFE

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