O procurador de Údine, no nordeste da Itália, Antonio Biancardi, confirma que, diante das "numerosas" denúncias recebidas, sua Procuradoria investiga 14 pessoas pela morte de Eluana Englaro, a italiana em estado vegetativo que a Corte Suprema autorizou a morrer. "A inscrição no registro de investigados de 14 pessoas sobre o caso Eluana Englaro representa um dever", após ter recebido as denúncias, explica Biancardi, em comunicado à imprensa divulgado hoje, depois que a imprensa local informou que o pai da jovem, Giuseppe Englaro, está entre os investigados. Segundo o procurador, nos últimos dias, recebeu em seu escritório "numerosas" denúncias enviadas ou apresentadas "por parte de cidadãos, todos identificados e identificáveis". A imprensa local informava hoje que a Procuradoria de Údine, cidade onde fica o centro La Quiete, onde Eluana morreu em 9 de fevereiro, investiga, além de Giuseppe Englaro, o anestesista Amato De Monte. Em um primeiro momento, a imprensa local afirmava que a investigação ocorria depois que a associação Scienza e Vita (Ciência e Vida) denunciou um suposto crime de homicídio voluntário no caso de Eluana, que morreu após a suspensão da hidratação e alimentação artificial. Este erro foi esclarecido depois tanto pela Scienza e Vita, que negou ter apresentado denúncia, quanto pela associação Comitato Verità e Vita (Comitê Verdade e Vida), que confirmou haver denunciado por homicídio voluntário Giuseppe Englaro e mais 13 pessoas. Os advogados de Giuseppe "Beppino" Englaro afirmaram que não se surpreenderam com a abertura de um inquérito contra seu cliente. Para Vittorio Angiolini, um dos advogados da família Englaro, a acusação de homicídio voluntário "não surpreende". Ele explica que "a iniciativa da magistratura de Údine não tem nenhum significado em particular, já que foi aberto um inquérito após uma denúncia. É óbvio que vamos nos defender". "Para nós não muda nada, agora podemos esclarecer todas as contradições", disse Giuseppe Campeis, outro representante de Beppino, e que também afirmou que ja esperava o processo. Segundo Campeis, a procuradoria ainda tem dúvidas "se o que ocorreu na clínica La Quiete era legítimo ou não, por isto os promotores estão trabalhando em duas frentes". Ampliada às 13h32