No primeiro dia de vacinação contra o vírus HPV, apenas a rede municipal de ensino aderiu integralmente à campanha em São Paulo. Embora o Ministério da Saúde tenha recomendado a imunização nas próprias unidades de ensino, a maioria das escolas das redes estadual e particular paulistas deve aderir à campanha ao longo da semana.
Indicada para prevenir o desenvolvimento do câncer de colo de útero e outros tumores causados pelo HPV, a vacina passou a ser ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nesta segunda-feira, 10, em todo o País, para meninas de 11 a 13 anos.
Mesmo com a vacina disponível nos postos de saúde, o governo federal orientou os municípios a realizarem a vacinação nas escolas para que a adesão fosse maior.
Na rede estadual, apenas 350 das mais de 5 mil escolas do Estado já aderiram à campanha, mas nem todas iniciaram a vacinação nesta segunda. Segundo a Secretaria de Estado da Educação, as unidades participantes começarão a vacinar nos próximos dias e novas escolas poderão aderir. A pasta diz que parte das escolas estaduais não tem alunos na faixa etária alvo da vacinação.
Não há levantamento sobre o número de escolas particulares que aceitaram fazer a imunização, mas a entidade que representa o setor disse que a falta de informação fez com que a maioria não iniciasse a vacinação. "As escolas não souberam como agir por receio da reação dos pais. É necessária a autorização dos responsáveis e a nossa orientação é de que a vacinação seja implementada na escola", diz José Augusto de Mattos Lourenço, vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo.
Ele disse que a entidade fará diversas reuniões com as regionais nas duas próximas semanas para orientar os colégios. "Acho que depois desses encontros, a adesão das escolas privadas será de praticamente 100%." O Estado tem hoje cerca de 10 mil escolas privadas.
Sem a vacina nas unidades de ensino, algumas mães de alunos de escolas particulares procuraram os postos de saúde nesta segunda. "Seria mais fácil se a escola fizesse. A maioria dos pais concordaria porque sabe da importância dessa proteção", disse Marisa Kumimatsu, de 46 anos, que levou a filha, Laura, de 13, a um posto da zona norte. Ela estuda em um colégio de Higienópolis (região central) que ainda não aderiu à campanha.
Abertura. Na abertura da campanha de vacinação, realizada no CEU Butantã, na zona oeste de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff destacou a importância da participação de governadores e prefeitos. Pouco antes, Dilma chamou de "linda e corajosa" a estudante Giovana Assis Cavalca, de 11 anos, a primeira a ser vacinada. Filha da presidente do Conselho do CEU Butantã, Priscila Assis, Giovana disse que desconhecia o HPV até participar de uma palestra preparatória ministrada por agentes do Ministério da Saúde. "Ninguém tinha me contado nada antes da palestra", disse ela.