Sanofi lança pesquisa para vacina contra zika

Empresa estuda usar imunizante contra a dengue para atacar nova doença, também transmitida pelo mosquito 'Aedes aegypti'

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Por Jamil Chade
Atualização:

GENEBRA - A Sanofi Pasteur respondeu ao apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e anunciou que está se lançando na busca de uma vacina contra o zika vírus. Em um comunicado, a empresa francesa indicou que sua vacina contra a dengue está prestes a ser lançada e não descarta usar o produto também como forma de inibir o zika.

Com 1 bilhão de doses de vacinas produzidas por ano e atendendo a 500 milhões de pessoas, a Sanofi Pasteur não esconde que a nova produção para o zika vírus pode levar anos. Mas, ainda assim, insiste que poderá apoiar sua pesquisa no desenvolvimento de outros produtos.

Conhecida como Dengvaxia, a nova vacina contra a dengue, da Sanofi Pasteur, recebeu seu primeiro sinal verde em dezembro dos reguladores mexicanos Foto: Robert Pratta/Reuters

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Para os franceses, "o sucesso obtido no desenvolvimento de vacinas contra vírus similares" pode acelerar o processo. Um deles seria a vacina contra a dengue que, em 20 anos, já custou 1 bilhão de euros para a empresa. Conhecida como Dengvaxia, a nova vacina recebeu seu primeiro sinal verde em dezembro dos reguladores mexicanos. 

Na avaliação dos cientistas da empresa, as similaridades entre dengue e zika - ambos espalhados pelo mosquito Aedes aegypti - poderia tornar possível o uso da Dengvaxia contra ambas doenças, ainda que no caso do zika vírus a eficiência poderia ser menor. 

Se não for confirmada sua eficiência, a Sanofi acha que pelo menos o novo produto poderia "mostrar o caminho" para uma vacina que possa funcionar. A empresa admitiu que está avaliando se os testes clínico de Dengvaxia na América Latina podem ser adaptados para a pesquisa sobre o zika. 

"A Sanofi Pasteur responde ao apelo mundial para desenvolver uma vacina contra o zika vírus, justificado pela rápida propagação da doença e dos riscos de complicações médicas", indicou Nicholas Jackson, diretor de Pesquisa da multinacional e encarregado do novo projeto.

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