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Santa Casa de São Paulo faz empréstimo de R$ 10 milhões

Aporte financeiro permitirá manter portas abertas até 29 de setembro, segundo superintendente; auditoria já teve a 1ª reunião

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

SÃO PAULO - Um novo empréstimo feito pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no valor de R$ 10 milhões, permitirá que o pronto-socorro da unidade permaneça aberto pelo menos até o dia 29 de setembro, data em que deverá ser finalizada a auditoria nas contas da entidade por uma comissão técnica formada por representantes dos governos federal, estadual e municipal.

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Em entrevista ao Estado, o superintendente da instituição, Antônio Carlos Forte, afirmou que o empréstimo foi a forma de manter o serviço em funcionamento enquanto os problemas financeiros da entidade não ganham solução definitiva. O pronto-socorro ficou fechado por 30 horas entre 22 e 23 de julho por falta de recursos para a compra de materiais. Só foi reaberto após um repasse emergencial de R$ 3 milhões da Secretaria Estadual da Saúde.

A pasta, porém, condicionou a liberação de mais verba à realização de uma auditoria nas contas da entidade. Na ocasião, o secretário da Saúde David Uip afirmou que o dinheiro seria suficiente para manter o PS aberto por, no máximo, 30 dias, prazo que se encerra na sexta.

“Aquele dinheiro não dava para 30 dias. Então, logo em seguida ao fechamento do PS, a Santa Casa conseguiu esse novo empréstimo. Antes, nenhum banco queria nos emprestar mais nada porque o medo era de calote. Depois que fechamos e as três esferas de governo se envolveram, a expectativa passou a ser de uma solução para o problema, por isso o empréstimo foi aceito”, conta Forte.

A Santa Casa acumula hoje uma dívida de cerca de R$ 400 milhões, dos quais R$ 50 milhões são débitos com fornecedores. Segundo Forte, o déficit acumulado se deve ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele afirma que, mesmo com os repasses extras em relação à tabela SUS, a Santa Casa ainda gasta R$ 4 milhões a mais por mês do que recebe. “Pegamos esse novo empréstimo com a esperança de que, ao fim da auditoria, a situação tenha uma solução. Eles vão ver que não há problema de gestão e, com isso, espero que corrijam os valores dos repasses”, diz.

O superintendente afirmou ainda que a Santa Casa solicitou à Secretaria da Saúde que antecipasse para o quinto dia útil de setembro um repasse de R$ 12,6 milhões feito geralmente no fim do mês, mudança revelada nesta quarta-feira, 20, pelo Estado. “Antigamente, ele já era feito no início do mês. Pedimos para que a regra voltasse”, conta.

Auditoria. Segundo Forte, a primeira reunião entre a Santa Casa e a comissão técnica que audita as contas da instituição foi realizada na quinta-feira da semana passada, dia 14. “Eles nos pediram uma série de documentos e nós enviamos em dois dias. Amanhã (hoje), vai haver uma segunda reunião na secretaria, espero que possamos avançar, que a comissão possa adiantar os resultados e discutir nosso problema financeiro sem ter de esperar até o final dos 60 dias”, diz. Forte afirma que, entre os documentos solicitados, estão balanços da Santa Casa, prestações de contas e relatórios com o número de atendimentos da unidade por especialidade.

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Além da análise da comissão técnica, a Santa Casa terá de passar por uma auditoria externa, feita por empresa independente que está sendo contratada pela secretaria. “Nossas contas já são auditadas pela Deloitte, mas o secretário deve ter suas motivações para julgar necessária essa outra auditoria.”

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