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Santa Casa deixa de administrar 4 hospitais e 1 centro de saúde

Em meio à grave crise financeira da instituição, Estado entregará as unidades a outras entidades em novembro

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo comunicou ontem ao governo do Estado que deixará de administrar quatro hospitais e um centro de saúde mental estaduais geridos pela instituição filantrópica por meio de um contrato de gestão, espécie de convênio firmado entre instituições sem fins lucrativos e o poder público. A entidade vive grave crise financeira e acumula dívida de mais de R$ 433 milhões com bancos e fornecedores. No fim de julho, chegou a fechar seu pronto-socorro por 30 horas por falta de recursos para a compra de materiais e medicamentos. Além de cuidar das suas unidades próprias, como o Hospital Central, no centro da capital, a Santa Casa administra unidades estaduais e municipais no modelo de Organização Social da Saúde (OSS).

Santa Casa passa por uma grave crise financeira Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Ontem, a instituição avisou a Secretaria Estadual da Saúde que não será mais responsável pela gestão dos Hospitais Penitenciário, na capital, Geral de Guarulhos, Estadual de Francisco Morato e Estadual de Franco da Rocha, todos na região metropolitana de São Paulo, além do Centro Integral em Saúde Mental de Franco da Rocha. As unidades não voltarão para administração direta do governo estadual. Elas serão entregues para outras entidades no próximo mês. As OSSs que assumirão o comando dos hospitais ainda não foram definidas. A Secretaria da Saúde afirma que coordenará todo o processo de transição, previsto para durar cerca de 45 dias. A pasta diz que a decisão da Santa Casa de deixar a administração das unidades estaduais não vai alterar a rotina dos hospitais e do centro de saúde. As unidades “vão continuar funcionando normalmente. Não haverá redução ou interrupção do atendimento à população”, informa a nota divulgada ontem pela secretaria. Procurada durante todo o dia de ontem pela reportagem, a Santa Casa não se pronunciou sobre a decisão. Além de gerir as unidades estaduais, a OSS Santa Casa de Misericórdia também é responsável pela administração de postos de saúde e outros tipos de unidades municipais. A instituição não informou se deixará a gestão delas também. No total, a Santa Casa de São Paulo cuida de 39 unidades de saúde.Crise. Ontem, o secretário estadual da Saúde, David Uip, se reuniu com representantes das secretarias da Casa Civil, Planejamento e Finanças para começar a discutir o aumento nos repasses para a instituição. Após realizar uma auditoria nas finanças da entidade filantrópica, o secretário decidiu que vai honrar as despesas da Santa Casa com insumos e profissionais, contanto que o uso do dinheiro seja fiscalizado de perto por uma comissão formada por membros do governo. Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 14 milhões do governo estadual e outros R$ 20 milhões do Ministério da Saúde para custear os atendimentos feitos no Hospital Central. A entidade pede novos repasses no valor de R$ 138 milhões em quatro meses. O governo estadual ainda estuda o porcentual de reajuste que poderá ser aplicado. /COLABOROU RICARDO CHAPOLA

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